"Em dois dias, destruímos 50 torres terroristas, e este é apenas o início da intensificação das operações terrestres na Cidade de Gaza. Digo aos residentes: foram avisados, saiam já!", declarou Netanyahu num vídeo hoje divulgado pelo seu gabinete.
O Exército israelita atacou hoje uma torre residencial de 12 pisos na Cidade de Gaza, após uma série de bombardeamentos contra os edifícios mais altos desde sexta-feira, alegando que são utilizados pelo grupo islamita palestiniano Hamas.
Em comunicado, as forças israelitas argumentaram que os homens do Hamas "instalaram equipamento de recolha de informações, explosivos e postos de observação no edifício".
O texto refere igualmente que os combatentes palestinianos "estão a operar numa área próxima do edifício" para realizar ataques contra as tropas israelitas posicionadas no local.
No vídeo hoje divulgado, Benjamin Netanyahu alertou que os ataques israelitas contra os edifícios mais altos da Cidade de Gaza são apenas um prelúdio para a operação terrestre que o Exército está a preparar.
"Tudo isto é apenas uma introdução, um prelúdio, para a poderosa operação principal: uma manobra terrestre das nossas forças, que estão agora a organizar-se e a reunir-se, contra a Cidade de Gaza", ameaçou.
Na sexta-feira, o exército israelita avisou que iria iniciar uma vaga de ataques contra edifícios altos na Cidade de Gaza que alega terem sido convertidos em "infraestruturas terroristas".
Desde então, as forças israelitas emitiram avisos de evacuação para as zonas de pelo menos cinco torres, que foram bombardeadas pouco depois.
Israel iniciou o plano para a nova fase na guerra no enclave palestiniano, que prevê a ocupação da Cidade de Gaza, numa região apontada pela ONU como a mais afetada por uma situação de fome, e a deslocação forçada de centenas de milhares dos seus habitantes, gerando uma vaga de críticas internacionais e dentro do próprio país.
De acordo com Netanyahu, cerca de 100 mil palestinianos já abandonaram a principal cidade da Faixa de Gaza face à ofensiva israelita, embora o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estime o número em cerca de 40 mil.
O objetivo anunciado pelo Governo israelita é eliminar as últimas bolsas de resistência do Hamas e recuperar os 48 reféns que conserva na sua posse, dos quais se calcula que 20 estejam vivos, antes de entregar a gestão do território a entidades civis que não sejam hostis a Telavive.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que provocou acima de 64 mil mortos, na maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, destruiu a quase totalidade das infraestruturas do território e provocou um desastre humanitário sem precedentes na região.
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