O Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) do Círculo da China anunciou em outubro que Rita Santos tinha suspendido o mandato, na véspera do plenário mundial do órgão consultivo do Governo português, que decorreu em Lisboa.
"Ela [Rita Santos] vai reassumir o papel de conselheira", disse Coutinho, após a apresentação do programa político e dos candidatos da lista Nova Esperança à Assembleia Legislativa (AL).
"Ele é que diz tudo", respondeu de imediato Rita Santos.
O primeiro período de suspensão, por 60 dias, terminou em dezembro, mas Rui Marcelo, membro do CCP, confirmou em janeiro ao jornal Hoje Macau que Rita Santos tinha prolongado a suspensão do mandato para participar nas eleições para a AL.
Em 03 de junho, José Pereira Coutinho tinha garantido a presença de Rita Santos na lista de candidatos às legislativas, marcadas para 14 de setembro.
Mas, hoje, minutos antes da apresentação da Nova Esperança, Santos publicou nas redes sociais um vídeo a anunciar que não se iria candidatar para "conferir prioridade ao convívio familiar", sobretudo ao neto.
Durante a apresentação, Santos negou que a decisão esteja ligada a uma investigação, lançada pelo Ministério Público (MP) de Portugal, sobre um alegado crime contra a lei eleitoral portuguesa.
Em 18 de junho, o MP de Macau disse que estava a "recolher provas", a pedido das autoridades judiciais de Portugal, para determinar se uma "responsável por uma associação" da região chinesa terá praticado um crime.
José Pereira Coutinho, também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), disse que a organização não recebeu qualquer pedido do MP local.
"Alguém queria, mas não", acrescentou o deputado.
No início de maio, o Partido Socialista (PS) apresentou uma queixa junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) portuguesa, acusando a ATFPM de interferir na votação por correio para as legislativas de 18 de maio.
"Foi reportada e observada a presenc¸a de indivíduos que se identificam como 'volunta´rios' a` porta de uma estac¸a~o dos correios de Macau, abordando eleitores para indicar onde devem votar", referiu-se na queixa, citada pela imprensa local.
"Trata-se da mesma prática que ocorreu nas últimas eleições legislativas que decorreram em 2024 e que se verificou estar a ser conduzida por Rita Santos", acusou o PS.
No início de maio, tanto Coutinho como Santos negaram as acusações do PS.
O mesmo partido tinha apresentado queixas semelhantes contra a ATFPM nas eleições legislativas de 2024 e de 2019. A queixa referente a 2024 foi enviada pela CNE para o MP português.
Leia Também: China pede que se evite "lei da selva" na economia global