Incêndios: Mecanismo europeu? "Não há um quartel em Bruxelas com meios"

José Manuel Moura, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, disse que "não faz sentido" ativar os mecanismos europeus para o combate dos incêndios que têm lavrado em Portugal continental. Sublinhou também que "não há falta de meios" e que o dispositivo "tem dado uma resposta muito significativa".

Presidente da Proteção Civil, José Manuel Moura

© ANEPC

Maria Gouveia
04/08/2025 23:27 ‧ há 2 semanas por Maria Gouveia

País

Incêndios

O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), José Manuel Moura, afirmou, esta segunda-feira, que "não faz sentido" ativar o mecanismo europeu para o combate dos incêndios. Ainda assim, não descarta que essa possibilidade se verifique.

 

"Fala-se muito do mecanismo europeu. Acho que há pessoas que nem percebem como é que funciona. O mecanismo é constituído por 27 países que fazem parte da União Europeia e mais dez que não fazem", referiu numa entrevista à RTP3.

E acrescentou: "Quando um país se coloca numa situação de emergência ou numa situação emergente, o que fazem é solicitar a Bruxelas e ativar o mecanismo. Não há um quartel em Bruxelas com meios para puderem ser ativados".

José Manuel Moura explicou que "o que há é países que são dadores de ajuda que disponibilizam". No entanto, salientou, há outros países na União Europeia, como Espanha ou Grécia, que estão também a ser "afetados" por incêndios e que, por isso, "a disponibilidade dos meios não está ao alcance imediato".

Para o presidente da ANEPC o mecanismo europeu "é um recurso que deve ser usado no limite", até porque "ao fim de três anos, por ativações consecutivas, a União Europeia faz advertências". 

Questionado se concorda com o facto de nesta fase o mecanismo europeu não ter sido ativado, sublinhou que: "Nesta fase, não faz grande sentido".

"Não quer dizer que, numa avaliação posterior, não se venha a verificar", assumiu, notando que "há uma avaliação permanente que determina operacionalmente, se decidem ou não ativar, e depois há a decisão política".

"Não, não há meios em falta"

Perguntado se há meios suficientes, José Manuel Moura referiu que é "uma velha questão relativamente aquilo que tem que ver com os incêndios florestais". "Naturalmente que a minha resposta é: Não, não há falta de meios", afirmou. 

O presidente da ANEPC deu como exemplo o incêndio que está a ser combatido no distrito de Vila Real e que está já a a chegar a Mondim de Basto, dando conta de "detém mais de 500 operacionais". "Os meios não estão muitas vezes visíveis das pessoas que acabam por proferir essas afirmações".

"Agora há situações limite. Felizmente, não estamos numa situação limite. O nosso dispositivo tem dado uma resposta muito significativa em todo o território nacional", disse".

E completou: "Não estamos numa situação limite. Ao longo do dia de hoje, tivemos 94 incêndios e só este [no distrito de Vila Real] é que constitui notícia. Portanto, os 93% que temos eficácia no ataque inicial está aí demonstrado".

Próximos dias? "Preparados"

José Manuel Moura adiantou também que "a situação de alerta está também a chegar aos seus objetivos, desde logo a redução do número de ignições". "Com menos ignições, há mais dispositivo sobrante para ajudar noutras ocorrências".

Sublinhou que, "entre 28 de julho e 3 de agosto, houve 880 ignições", sendo que "61 tiveram origem no período noturno".

Já sobre os dias que se avizinham com temperaturas elevadas, o presidente da ANEPC afirmou que estão "preparados" e que há grupos de pré-reforço posicionados para "estarem mais perto do problema". 

O presidente da ANEPC deixou também um "abraço solidário" e desejou "uma recuperação rápida" aos dois bombeiros e uma enfermeira que, esta tarde, sofreram um acidente no concelho de Esposende. Os três feridos foram considerados graves.

Três feridos graves em colisão entre ambulância e camião em Esposende

Três feridos graves em colisão entre ambulância e camião em Esposende

Os feridos são dois bombeiros (um homem e uma mulher) e uma enfermeira, que seguiam na ambulância

Lusa | 16:03 - 04/08/2025

Recorde-se que o Governo, "face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndios rurais", declarou "situação de alerta em todo o território continental" - num período compreendido entre as 00h00 de domingo, dia 3 de agosto, e as 23h59 de quinta-feira, dia 7 de agosto.

Governo declara

Governo declara "situação de alerta em todo o território continental"

Alerta entra em vigor a partir da meia noite e estende-se até às 23h59 de quinta-feira, dia 7 de agosto.

 Carolina Pereira Soares com Lusa | 13:06 - 02/08/2025

Leia Também: Proteção Civil: "23 (das 77) ocorrências iniciaram-se no período noturno"

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