Luís Figo continua a ser relembrado por muitos como um dos melhores jogadores de todos os tempos do futebol português. O antigo internacional teve uma carreira impressionante, com passagens pelo Real Madrid, Barcelona e Inter Milão, e reviveu essa carreira numa entrevista dada este domingo.
"Por circunstâncias da vida, nunca tive a oportunidade de voltar ao Sporting. Era impossível, porque estava no auge da minha carreira, por aquilo que significava, pelo que custava, por tudo. Depois, se não tens essa possibilidade, ela nunca vai acontecer", começou por dizer o antigo internacional português, em declarações ao canal de YouTube Bola Lá.
"Decidi ir para o Sporting porque tinha o meu melhor amigo a jogar lá e também porque nessa altura falava-se que o Benfica escolhia muito mais jogadores fisicamente dotados, e eu era mais franzino nessa idade. Deu certo, mas não foi fácil", continuou.
Luís Figo ainda admitiu que não foi fácil destacar-se na academia do Sporting: "Havia tantos miúdos se tinhas a sorte de te destacar continuavas. Era quase um milagre", acrescentou o vencedor da Bola de Ouro em 2000.
"No momento não tinha sensação de penálti, mas sendo realista e vendo as imagens é penálti. Mas foi um sentimento de revolta, de injustiça, em que só queres rebentar com tudo. É normal, é uma deceção. Depois pensas: se fosse ao contrário, se calhar não apitavam penálti", disse Figo sobre o lance com Inglaterra no Campeonato da Europa de 2000.
Sobre a seleção, o antigo extremo de clubes como Real Madrid e Barcelona não esquece o que se passou no Euro'2004: "Um Europeu como o que vivemos em Portugal vai ser impossível de repetir, em termos da vivência. O país juntou-se à volta da Seleção nacional. Foi único, apesar de termos perdido", rematou.
Luís Figo fez parte da famosa equipa dos galáticos do Real Madrid construída por Florentino Pérez na primeira década do século XXI. O avançado não esconde o privilégio de ter jogado com alguns dos maiores nomes da história do futebol mundial.
"É um privilégio, mas ao mesmo tempo uma responsabilidade. Coincidimos numa época e num projeto com bastantes grandes jogadores a nível mundial. Cada um tem o próprio ego e personalidade, mas não podemos esquecer que jogamos em equipa e que todos dependem de todos. Sempre tivemos bom ambiente. Ainda hoje temos todos uma boa relação. Isso foi fundamental para conseguirmos títulos", concluiu.
A mudança do clube de Alvalade para o Barcelona também foi tema de conversa nesta entrevista: "Era a minha primeira experiência fora de Portugal, jovem, tinha 21 anos, mas acho que é sempre complicado adaptarmo-nos a uma nova realidade, a um clube de outra dimensão em termos internacionais (...). Era uma altura em que também só podiam jogar três estrangeiros, éramos cinco no plantel e portanto era mais complicado assumir e ser titular. Mas acho que assumi as coisas com naturalidade. Eu nem comecei a jogar de início no primeiro jogo no Barcelona, estava no banco. Era uma nova experiência para mim. Era um novo sonho e tinha novos objetivos pessoais e profissionais e no fim, o que tentei fazer, como em toda a minha carreira, foi tentar ser melhor, mais competitivo, profissional, e uns dias consegui sê-lo, mas em outros não", concluiu o antigo capitão da seleção portuguesa de futebol.
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