O valor de mercado da carteira de títulos das famílias aumentou de 33.500 milhões de euros no final de 2019 para 49.600 milhões de euros no final de 2024, segundo dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal (BdP).
De acordo com o BdP, este aumento de 16.100 milhões de euros deveu-se sobretudo a transações e variações de preço.
Segundo detalha, nos últimos cinco anos, o valor da carteira das famílias apenas diminuiu entre o final de 2021 e o final de 2022, período durante o qual tanto as transações como as variações de preço foram negativas.
No final de 2024, 70% da carteira de títulos das famílias era composta por unidades de participação em fundos de investimento, o que compara com 58% em dezembro de 2019.
Na mesma linha, também as ações cotadas têm vindo a ganhar expressão: o seu peso na carteira de investimento das famílias passou de 14% em dezembro de 2019 para 17% no final de 2024.
Em contrapartida, a relevância dos títulos de dívida na carteira de investimento das famílias diminuiu 15 pontos percentuais, para 12% no final de 2024.
Os dados do BdP apontam ainda que, no final do ano passado, 58% da carteira de títulos das famílias era composta por instrumentos emitidos por entidades residentes, o que compara com 69% em dezembro de 2019.
As unidades de participação em fundos residentes correspondiam a 65% do investimento total neste instrumento no final de 2024, um peso que se manteve "relativamente constante" ao longo do período em análise.
Em dezembro de 2024, o banco central destaca também as unidades de participação emitidas por fundos do Luxemburgo e da Irlanda, que representavam, no seu conjunto, 32% desse agregado.
Segundo nota, "esta estrutura praticamente não se alterou entre o final de 2019 e o final de 2024".
Nas ações cotadas, o investimento em títulos emitidos por residentes foi parcialmente substituído pelo investimento em títulos emitidos pelo resto do mundo.
Assim, o peso dos títulos emitidos por residentes diminuiu de 67% em dezembro de 2019 para 47% em dezembro de 2024, destacando-se entre os emitentes não residentes o aumento do peso relativo dos Estados Unidos da América, de 11% em 2019 para 30% em 2024.
Nos títulos de dívida, diminuiu a relevância dos títulos emitidos por entidades residentes em Portugal, de 77% para 33%.
Em contrapartida, aumentou a expressão dos títulos de dívida emitidos, em particular, por residentes no Reino Unido, Luxemburgo, Países Baixos, Estados Unidos da América e Alemanha, que representavam, em dezembro de 2024, pesos entre os 13% e os 6%.
Relativamente ao setor institucional do emitente, no período em análise, o BdP destaca a redução do peso dos títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas.
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