Donald Trump confessou, esta quarta-feira, uma troca insólita como seu homólogo russo: ao ser-lhe oferecida ajuda na mediação do conflito iraniano-israelita, o republicano não só recusou como ainda retorquiu com audácia.
Recorde-se que o presidente dos Estados Unidos da América (EUA) participa hoje no segundo dia da cimeira da NATO - que vai discutir um reforço do investimento na Defesa.
Durante a viagem até Haia, nos Países Baixos, Trump foi questionado pelos jornalistas sobre os atuais conflitos em curso, nomeadamente sobre a possibilidade de se encontrar com Zelensky durante o dia de hoje e sobre qual é a sua posição sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
Em resposta a essas questões, o líder norte-americano revelou que recebeu, nos últimos dias, uma chamada de Vladimir Putin, em que o presidente russo lhe terá questionado se podia ajudar na intermediação do conflito entre Israel e o Irão.
"Ele perguntou-me se precisava de ajuda com o Irão e eu disse-lhe 'não, eu não preciso de ajuda com o Irão. Eu preciso é de ajuda contigo'", atirou, Trump, acrescentando ainda que "é uma pena" o conflito entre os dois países de leste, que só na semana passada matou milhares de soldados.
"Este conflito não teria acontecido se eu fosse presidente [na altura]", disse ainda.
Confirmado encontro entre Trump e Zelensky
Entretanto já se confirmou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai encontrar-se hoje com o seu homólogo dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, durante a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Fonte da Presidência ucraniana revelou à AFP a reunião, avançando ainda que a reunião deverá começar pelas 13h00 locais (12h00 em Lisboa).
O presidente ucraniano deverá pedir mais sanções de Washington contra Moscovo e a aquisição de armamento dos EUA.
A reunião entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump será a primeira formal desde que o presidente ucraniano esteve na Casa Branca, em fevereiro.
Reunião da NATO em Haia
Os chefes de Estado e de Governo dos 32 países que compõem a NATO encontram-se hoje em Haia para firmar um acordo de investimento para a próxima década, em princípio, que deverá fixar a meta de dedicar 5% do PIB à defesa (3,5% de investimento direto e 1,5% em projetos civis que também podem ter uma utilização militar).
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse no fim de semana que não iria além de 2,1% do PIB, mas Mark Rutte considerou que não há isenções de qualquer país.
Questionado sobre a presença do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, na cimeira de hoje, o secretário-geral da NATO considerou que a Aliança Atlântica está a atravessar o momento "em que mais sobressai desde a queda do Muro de Berlim" e que avançou mais com o republicano do que com o seu antecessor, o democrata Joe Biden.
Donald Trump é um ávido crítico da NATO e do que considera ser um investimento deficitário dos outros países que integram a organização político-militar.
Na terça-feira, antes de viajar para Haia, Donald Trump, divulgou uma mensagem de texto enviada por Mark Rutte que expressava apreço pela maneira como o Presidente dos EUA terá solucionado o conflito entre Israel e o Irão - após bombardeamentos de Washington ter decidido bombardear o Irão no fim de semana - e clamando que os países da NATO vão "pagar bem".
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