Juliana morreu após dias à espera de resgate na Indonésia. O que falhou?

Juliana Marins, de 26 anos, caiu durante uma caminhada no vulcão Rinjani, na Indonésia, e foi encontrada morta ao 4.º dia de buscas. Especialistas apontam o que pode ter corrido mal durante as operações de resgate.

Juliana Marins, Brasil,

© Juliana Marins/Instagram

Notícias ao Minuto
25/06/2025 10:47 ‧ há 10 horas por Notícias ao Minuto

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Juliana Marins

Juliana Marins, uma turista brasileira de 26 anos, foi encontrada morta na terça-feira, quatro dias depois de ter caído durante uma caminhada no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia. Mas porque é que o resgate demorou tanto tempo, o que falhou? Especialistas explicam.

 

Segundo o jornal G1, que falou com especialistas em montanhismo, guias experientes e outros turistas que já fizeram a mesma caminha, entre as falhas graves que podem ter contribuído para a morte da jovem brasileira, está a falta de exigência de equipamentos, o abandono na caminhada, a falta de preparo de guias, o terreno instável e clima extremo, o resgate lento e desorganizado e o uso tardio e limitado de tecnologia, além de outros obstáculos diplomáticos e logísticos

Pessoas que já fizeram a mesma caminhada do vulcão Rinjani, que tem cerca de 3.700 metros de altura, revelaram que não é obrigatório levar itens básicos de segurança e proteção, como cobertor térmico, casacos ou luvas, o que pode ter agravado a situação de Juliana Marins.

A jovem, recorde-se, caiu após ter ficado para trás por se queixar de cansaço. Um montanhista explicou ao G1 que em caminhadas de "alto risco", o grupo deve andar sempre junto e "sob supervisão visual direta do guia".

"A atitude do guia de se separar de um ou outro participante está incorreta. Se começaram em grupo, precisam terminar em grupo. Todos precisam manter contato visual e orientação pela pessoa mais experiente do grupo, que no caso era o guia", explicou a montanhista Aretha Duarte.

Outras críticas foram apontadas ao guia que acompanhava Juliana Marins, com várias pessoas a apontar que a "precariedade dos guias" naquela zona "é grande".

Além disso, a caminhada até ao vulcão Rinjani conta com terreno instável e clima extremo, com "muita chuva e frio intenso". Estas condições climáticas fizeram com que as operações de busca e resgate fossem suspensas várias vezes entre sábado, dia em que a jovem caiu, e terça-feira.

Os especialistas apontam também que o resgate foi lento e desorganizado, apesar de um drone ter localizado Juliana no dia em que caiu, e lamentou que não tenham pedido logo ajuda.

"O tempo pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Se a equipa não tem condições de fazer o resgate imediato, é necessário acionar as autoridades locais, bombeiros, embaixada, seguro de viagem…", frisou Aretha Duarte, que, além de ser montanhista, fez a mesma caminhada há 10 anos.

No primeiro dia de resgate, um dos problemas foi mesmo a falta de cordas com comprimento suficiente para chegar até Juliana. Quando caiu, a jovem ficou a 300 metros do caminho e as equipas tinham levado uma corda com metade do tamanho para o local.

Os especialistas apontaram também o uso tardio e limitado de tecnologia, uma vez que, apesar de terem sido usados drones, as autoridades não conseguiram localizar Juliana a tempo.

Entre os obstáculos diplomáticos e logísticos, está o facto de o pai de Juliana ter viajado até à Indonésia para acompanhar as buscas, mas os voos atrasaram devido ao encerramento do espaço aéreo no Qatar por causa do conflito no Médio Oriente.

O governo brasileiro também tentou intervir e prestou apoio, mas a distância dificultou os processos para acelerar o resgate.

Quem era Juliana Marins?

Segundo a imprensa brasileira, Juliana Marins tem 26 anos e é formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há alguns meses decidiu embarcar numa aventura sozinha pela Ásia, passando pelas Filipinas, Vietname, Tailândia e Indonésia - onde chegou no final de fevereiro.

A jovem foi vista pela última vez pelas 17h10 locais de sábado (10h00 em Lisboa) por um drone de outros turistas. Nas imagens aparecia sentada após a queda, mas quando as equipas chegaram ao local já não a encontraram. Apurou-se posteriormente que sofreu uma segunda queda, deixando-a a mais de um quilómetro do local da queda. 

Na terça-feira, a família anunciou que as equipas de resgate conseguiram chegar ao local onde Juliana Marins estava, mas "ela não resistiu".

Leia Também: "Não resistiu". Turista brasileira que caiu na Indonésia encontrada morta

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