"Vimos o vídeo do 'ayatollah' [Khamenei], e quando se tem um regime totalitário, é preciso salvar a face", declarou aos jornalistas a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, dois dias após a entrada em vigor de um cessar-fogo anunciado pelo líder norte-americano, Donald Trump, que interrompeu quase duas semanas de ataques cruzados de Israel e Irão.
O líder supremo iraniano reclamou hoje vitória sobre Israel, que desencadeou o conflito em 13 de junho, com a justificação da criação iminente de uma arma nuclear, o que é refutado por Teerão.
Numa declaração gravada em vídeo, Ali Khamenei alegou que Israel "quase entrou em colapso" com os ataques de retaliação do Irão e que também os Estados Unidos levaram uma "bofetada retumbante", após os bombardeamentos da aviação norte-americana no passado domingo contra instalações nucleares da República Islâmica, que "não tiveram nenhuma importância".
Apesar da retórica das duas partes, a porta-voz da Casa Branca indicou que Washington mantém contacto com o Irão e está "num caminho diplomático", interrompido com o início dos ataques israelitas.
"O Presidente [Trump} quer a paz, sempre quis, e neste momento estamos num caminho diplomático com o Irão. O Presidente e a equipa, em particular o enviado especial [para o Médio Oriente, Steve] Witkoff, mantêm-se em contacto com os iranianos", acrescentou Karoline Leavitt.
No vídeo, o líder supremo do Irão defendeu que os Estados Unidos só intervieram militarmente porque "sentiam que, se não o fizessem, o regime sionista seria totalmente destruído", mas, no final, "não obtiveram ganhos" com esta guerra.
"Gostaria de felicitar a grande nação iraniana: em primeiro lugar, pela vitória sobre o regime sionista", declarou Khamenei, que salientou que o Irão "nunca se renderá" aos Estados Unidos.
As forças iranianas voltarão a visar instalações militares dos Estados unidos no Médio Oriente se for novamente atacado, ameaçou, numa alusão ao bombardeamento na segunda-feira contra uma base das forças norte-americanas no Qatar, que não causou vítimas.
Khamenei não era visto em público desde que se refugiou num local secreto após o início da guerra, a 13 deste mês, quando Israel atacou instalações nucleares iranianas e alvejou comandantes militares e cientistas.
Após o ataque dos Estados Unidos com bombas 'antibunker', Trump anunciou um cessar-fogo entre as partes.
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