Espanha convoca representante de Israel após "declaração inaceitável"

O governo espanhol convocou hoje o encarregado de negócios da embaixada israelita em Madrid que acusou Espanha de estar do "lado errado" da história, após o primeiro-ministro Pedro Sánchez ter-se referido, em Bruxelas, ao "genocídio em Gaza".

Pedro Sánchez

© Reuetrs/Juan Medina

Lusa
26/06/2025 23:04 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Espanha

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o encarregado de negócios israelita pela sua declaração inaceitável sobre o Governo espanhol", adiantaram fontes do ministério à agência France-Presse (AFP).

 

O Governo espanhol protesta, desta forma, contra o comunicado divulgado hoje à tarde pela embaixada israelita em Madrid, no qual qualificou de "moralmente indefensável" a decisão do primeiro-ministro Pedro Sánchez de solicitar à União Europeia (UE) a suspensão do acordo de associação com Israel.

Neste comunicado, a missão diplomática acrescentou que a posição de Sánchez coloca Espanha "do lado errado da história".

A embaixada israelita referiu-se, assim, às "declarações a diabolizar Israel" feitas por Sánchez, que pediu à UE a suspensão imediata do acordo com Israel, considerando "mais do que evidente" que o país está a violar o respeito pelos direitos humanos em Gaza.

Esta intimação foi emitida ao encarregado de negócios da embaixada israelita porque não há embaixador israelita em Espanha desde maio de 2024, quando foi chamado de volta pelo Governo de Benjamin Netanyahu depois de Sánchez ter anunciado que iria reconhecer o Estado da Palestina.

"A posição adotada pelo governo espanhol coloca a Espanha na margem mais extrema - e cada vez mais isolada - da posição europeia no Médio Oriente. E coloca-a, infelizmente, do lado errado da história", criticou o corpo diplomático israelita no comunicado.

Esta é a terceira vez que o encarregado de negócios da embaixada israelita em Madrid é convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros num período de pouco mais de um mês.

A última vez, em 08 de junho, o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou-o depois de uma embarcação que transportava ajuda humanitária para Gaza e 12 ativistas, incluindo um espanhol, ter sido intercetada por Israel.

Em 21 de maio, foi convocado em protesto contra o tiroteio levado a cabo pelo Exército israelita contra um grupo de diplomatas de vários países, incluindo um espanhol e um português, durante uma visita ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.

A guerra naquele território palestiniano fez, até agora mais de 56.000 mortos, na maioria civis, e de 131.000 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Leia Também: Sánchez congratula-se com aval a amnistia para independentistas catalães

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