"Está tudo controlado e mais tranquilo do que ontem [quarta-feira] no nosso concelho. Há alguns reacendimentos na zona de Queiriz, mas que têm vindo a ser prontamente resolvidos pela ação dos bombeiros", afirmou o autarca à agência Lusa.
A aldeia de Queiriz viveu na quarta-feira uma "situação complicada", quando o incêndio que avançou desde o concelho vizinho de Trancoso se aproximou das casas e foi travado pela intervenção dos operacionais e dos populares.
Durante a tarde surgiu outra frente no lugar da Fraga da Pena, que também acabou por ser controlado ao princípio da noite.
O fogo passou ainda por Aveleiros e Casal do Monte, onde ardeu uma habitação, cujo proprietário, com cerca de 80 anos, ficou desalojado.
Na manhã de hoje, a Câmara de Fornos de Algodres e o serviço municipal de Ação Social visitaram o local e contactaram com o residente afetado, a quem entregaram roupa.
"Trouxemos roupa, porque era a sua prioridade, uma vez que o senhor ficou sem nada. Também auscultámos outras necessidades, mas o homem apenas pediu que reabilitássemos a casa da filha, onde foi acolhido", declarou Alexandre Lote.
O município comprometeu-se a realizar os trabalhos necessários na referida habitação, acrescentou.
O vice-presidente da Câmara de Fornos de Algodres esteve acompanhado da vereadora da Ação Social, Luísa Gomes, e da assistente social da autarquia Daniela Pina.
No concelho vizinho de Celorico da Beira não houve registo de incêndios nas últimas 48 horas.
"Nada a assinalar, está tudo tranquilo. Houve apenas, na terça-feira, aquela incursão do fogo de Trancoso na freguesia de Fornotelheiro, no nosso concelho, que causou alguns prejuízos em terrenos agrícolas, mas nada de comparável com o que se passa no município vizinho de Trancoso", disse Carlos Ascensão, autarca de Celorico da Beira, à agência Lusa.
O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, que se baseia em imagens de satélite do programa europeu Copernicus, precisa que a área ardida neste incêndio, que começou em Trancoso e alastrou para os concelhos de Fornos de Algodres, Aguiar da Beira e Celorico da Beira, totalizava na quarta-feira 13.741 hectares.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) também já revelou que, desde 01 de janeiro, arderam em Portugal continental 63.247 hectares, metade dos quais nas últimas três semanas.
A área ardida este ano é nove vezes maior do que no mesmo período do ano passado e a segunda maior desde 2017.
Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural desde 02 de agosto e até ao final do dia de sexta-feira.
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