Consumidores não devem ser os "polígrafos" da desinformação

A DECO confirma a existência de um aumento significativo da desinformação nos últimos anos e defende que não são os consumidores quem deve policiar informação, mas sim os intermediários deste conteúdo.

Luís Pisco, ARS Lisboa e Vale do Tejo

© Notícias ao Minuto

Lusa
26/06/2025 09:27 ‧ há 4 horas por Lusa

Economia

DECO

Em declarações à agência Lusa, o jurista da DECO Luís Pisco afirmou que "não cabe aos consumidores ser os polígrafos da informação 'online'. É preciso que os criadores da informação, as empresas e os intermediários tenham uma responsabilidade direta e que esta responsabilidade seja sancionada de forma dissuasora e eficaz".

 

O responsável explicou que se tem "verificado nos últimos anos um aumento significativo da desinformação disseminada em ambiente digital, com particular enfoque nas redes sociais, sobretudo, relacionada com produtos não seguros, oferta de serviços inexistentes, ou até mesmo relativamente a direitos dos consumidores, omitindo informações essenciais".

Neste sentido, o crescimento do 'marketing' de influência através das redes sociais tem tido também um papel predominante no crescimento da desinformação, pois "o eclodir de plataformas em linha (que envolve redes sociais, 'marketplaces' ou motores de pesquisa) e de sistemas de IA [Inteligência Artificial] generativa, o tratamento massivo de dados, e o impacto massivo destas plataformas junto do consumidor amplia drasticamente a influência que a desinformação pode ter no consumidor", afirmou.

Luís Pisco alertou que a desinformação altera a perceção dos consumidores sobre a realidade, bem como as suas preferências na escolha de produtos, serviços e até a sua lealdade a marcas.

Para o jurista é importante "salientar a importância de investimento na literacia digital dos consumidores como ferramenta de defesa contra os efeitos da desinformação: quanto maior for o grau de literacia digital, melhor será a postura crítica digital dos consumidores", embora também esteja em causa literacia em várias outras áreas.

"Muitas das vezes, a desinformação é disseminada também por alguns 'influencers' que não se coíbem de publicitar de forma incorreta produtos", afirmou.

O jurista identifica ainda as áreas da saúde, serviços financeiros, jogos em linha e produtos não seguros como as mais afetadas pela desinformação.

"Nestes setores, o impacto é maior, na medida em que pode determinar falsas perceções da realidade e sobre as reais características de produtos, com isso alterando decisivamente as escolhas do consumidor, além de que, em alguns casos, pode mesmo colocar em causa a sua saúde e bem-estar físico", concluiu.

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