"Termos mais veementes". Países árabes condenam ataque iraniano no Qatar

Vários países árabes, incluindo Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iraque, condenaram o ataque do Irão hoje contra uma base aérea no Qatar, que alberga uma das principais instalações norte-americanas no Médio Oriente.

Qatar, ataque

© Getty Images

Lusa
23/06/2025 21:15 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A Arábia Saudita condenou "nos termos mais veementes" o ataque com mísseis contra o "Estado irmão do Qatar", criticando uma "flagrante violação do direito internacional e dos princípios de boa vizinhança".

 

Para o Governo de Riade, o ataque, reivindicado pelo Irão como uma retaliação dos bombardeamentos norte-americanos, na madrugada de domingo, "é inaceitável e não pode ser justificado em nenhuma circunstância".

As autoridades do Qatar indicaram ter intercetado os mísseis iranianos com sucesso e que não houve vítimas e condenaram "uma flagrante violação" da sua soberania, do espaço aéreo e das leis internacionais, reservando-se "o direito a responder proporcional e diretamente".

O espaço aéreo do Qatar, que pouco antes do ataque tinha sido encerrado, está agora seguro, acrescentaram.

Os Emirados Árabes Unidos condenaram igualmente o ataque iraniano à base de Al-Udeid nos "termos mais fortes", referindo que se trata de uma clara violação da sua soberania e do seu espaço aéreo.

Para o Iraque, país vizinho do Irão, os novos desenvolvimentos merecem "grave preocupação", dado o seu potencial para uma "ampliação do conflito" na região.

"Esta escalada prenuncia tensões ainda maiores e marca uma reviravolta perigosa e sem precedentes no conflito", afirmou a diplomacia de Bagdade em comunicado, que reitera os "repetidos alertas sobre o perigo de envolver novas partes" nas hostilidades.

No mesmo sentido, O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia criticou a ação iraniana e manifestou "absoluta solidariedade" com o Qatar e apoio "a quaisquer medidas que adote para proteger a segurança e soberania".

Um porta-voz da diplomacia de Amã, Sufian Quda, apelou para o regresso à mesa das negociações e alertou para as repercussões de uma possível escalada militar na região.

Por seu lado, o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo, Yassim Mohamed al-Budawi, condenou "nos termos mais veementes" o ataque iraniano, que considerou "uma ameaça direta à segurança" de todos os estados da organização.

"A segurança dos Estados do Conselho de Cooperação do Golfo é indivisível. O Conselho apoia o Estado do Qatar contra qualquer ameaça à segurança e integridade territorial", sublinhou.

Al-Budawi referiu que o Qatar e o Conselho de Cooperação do Golfo também condenaram os ataques israelitas contra o território iraniano, desde 13 de junho, e que estão a fazer "tudo o que for possível para alcançar um cessar-fogo e uma mediação".

O Bahrein, que anunciou o encerramento do espaço aéreo, manifestou solidariedade com Doha "nas delicadas circunstâncias que a região atravessa" e ofereceu os seus esforços para "evitar a escalada e resolver todas as disputas por meios pacíficos".

Omã, mediador nas negociações nucleares entre o Irão e os Estados Unidos, manifestou também apoio ao Qatar e "às medidas que está a tomar para preservar a segurança e estabilidade", ao mesmo tempo que pediu a "cessação imediata" de todas as operações militares na região.

Do mesmo modo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio apelou para o fim imediato das hostilidades, que ameaçam arrastar o Médio Oriente para "caminhos perigosos".

O Kuwait, que também encerrou temporariamente o espaço aéreo, manifestou apoio ao Qatar no "direito de responder diretamente, proporcionalmente à magnitude desta flagrante agressão".

Por seu lado, o Presidente libanês, Joseph Aoun, classificou a operação do Irão como uma "violação da soberania do Qatar" e alertou que ameaça disseminar a violência para novas áreas.

Entretanto, o Ministério do Interior do Qatar indicou, em comunicado, que a situação de segurança "é estável e não há motivo para preocupação", pedindo aos cidadãos que se abstenham de divulgar informações não emitidas pelas autoridades oficiais.

O Pentágono já confirmou não ter registo de baixas norte-americanas, na sequência do ataque reivindicado pelo Irão.

A base de Al-Udeid, nos arredores de Doha e que acolhe cerca de dez mil militares, tinha sido evacuada como medida de precaução face às "tensões na região", indicaram as autoridades do Qatar.

Para Israel, que desencadeou uma ofensiva contra o Irão em 13 de junho, sob pretexto de que Teerão estava prestes a obter uma arma nuclear, este ataque é a prova de que a República Islâmica ameaça "o mundo inteiro".

"Esta é mais uma prova de hostilidade e violência", além de o Irão ser "um estado terrorista que ameaça não só Israel, mas todo o Médio Oriente, incluindo os vizinhos e o mundo inteiro", disse o o porta-voz militar israelita, Effie Defrin.

A retaliação iraniana ocorreu um dia depois de os Estados Unidos terem lançado um ataque surpresa contra três instalações nucleares do Irão, que ameaçou responder contra interesses militares norte-americanos no Médio Oriente.

Pouco antes do anúncio do bombardeamento no Qatar, o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, escreveu na rede social X: "Não iniciámos a guerra nem a procurámos. Mas não deixaremos a invasão ao grande Irão sem resposta".

Leia Também: AO MINUTO: Irão ataca base dos EUA; "Não tínhamos conhecimento"

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