"Vontade é apresentar uma frente unida entre europeus e ucranianos"

O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje uma frente unida entre europeus e ucranianos em defesa de uma paz que não represente a capitulação da Ucrânia, na véspera da reunião com Donald Trump, na Casa Branca.

Emmanuel Macron, França,

© YOAN VALAT/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
17/08/2025 18:14 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Emmanuel Macron

"A nossa vontade é apresentar uma frente unida entre europeus e ucranianos", disse o Presidente francês, acrescentando que se pretende também perguntar aos norte-americanos "até que ponto" estão dispostos a contribuir para as garantias de segurança que seriam oferecidas à Ucrânia num acordo de paz.

 

A questão das garantias de segurança a favor da Ucrânia está no centro da elaboração de um eventual acordo de paz e teria como objetivo dissuadir a Rússia de atacar novamente território ucraniano.

Macron mostrou-se cauteloso quanto à possibilidade avançada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, de conceder à Ucrânia proteções semelhantes às do tratado de defesa coletivo da NATO sem que Kiev se torne membro da Aliança Atlântica.

"Acho que um artigo teórico não é suficiente. A questão é a substância", afirmou.

O chefe de Estado francês, que falava aos jornalistas na residência oficial de férias, no Fort Brégançon, sul da França, após uma reunião por videoconferência dos aliados de Kiev, assegurou que o homólogo russo, Vladimir Putin, "não quer a paz", mas sim a "capitulação" da Ucrânia.

A reunião decorreu na véspera de um encontro entre o Presidente ucraniano e líderes europeus com Donald Trump, na Casa Branca.

"O nosso objetivo para amanhã [segunda-feira] é simples: lembrar que queremos a paz, uma paz sólida e sustentável, apresentar uma frente unida e reiterar quem está do lado do direito internacional", explicou Macron, argumentando que o homólogo norte-americano "procura a paz, tal como os europeus".

"Todos os que estarão amanhã em Washington estão do lado da paz, mas de uma paz robusta", salientou.

Nesse sentido, afirmou que não pode haver "divisão entre ucranianos, europeus e norte-americanos", porque a visão russa da paz não respeita o direito internacional, e lembrou que os Estados Unidos da América (EUA) são o garante dessas normas como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Caso contrário, disse, abrir-se-ia uma nova era baseada na "lei do mais forte".

"Só há um agressor, a Rússia. E, atualmente, só há um Estado que propõe uma paz que seria uma capitulação, que é a Rússia", sublinhou.

Obrigar a Ucrânia a ceder territórios ou forçá-la a eliminar o seu Exército ou a mantê-lo reduzido são "linhas vermelhas" que, para Macron, representariam essa capitulação.

"Não pode haver discussões territoriais sobre a Ucrânia sem os ucranianos e, da mesma forma, não pode haver discussões sobre a segurança dos europeus sem eles", acrescentou Emmanuel Macron, pedindo que estes últimos sejam convidados para as próximas cimeiras sobre a Ucrânia.

O formato de paz que a Ucrânia e os líderes europeus defenderão em Washington, após a cimeira que Trump e Putin mantiveram na sexta-feira, no Alasca, incluirá também o estabelecimento de uma "força de segurança", com tropas no terreno que não estejam na linha da frente.

O Presidente francês enfatizou igualmente que os países europeus não vão a Washington simplesmente para apoiar Zelensky, mas porque o que está em jogo, no fundo, é a segurança da Europa.

"Se formos fracos com a Rússia, estaremos a preparar os conflitos de amanhã", argumentou, lembrando que Moscovo não respeitou os seus compromissos de não agressão no passado e que o regime de Putin é "imperialista e revisionista".

[Notícia atualizada às 19h13]

Leia Também: Montenegro participou em reunião com Zelensky: "Atingiremos paz justa"

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