Moscovo rejeita discussão sobre garantias de segurança sem a Rússia

A Rússia advertiu hoje que qualquer discussão sobre as garantias de segurança ocidentais a oferecer à Ucrânia sem considerar a posição de Moscovo será inválida.

Foreign Minister of Jordan Ayman Safadi visits Russia

© Lusa

Paulo Alves Nogueira
20/08/2025 12:40 ‧ ontem por Paulo Alves Nogueira

Mundo

Ucrânia/Rússia

 

"dummyPub"> 

"O Ocidente compreende perfeitamente que discutir seriamente garantias de segurança sem a Rússia é utópico, é um caminho que não leva a lado nenhum", declarou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, após conversações com o homólogo jordano, Ayman Safadi, em Moscovo.

"Não podemos aceitar que as questões de segurança coletiva sejam agora abordadas sem a Rússia", disse Lavrov, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Lavrov acusou a Europa de conduzir a uma "escalada agressiva da situação" sem propor "nenhuma ideia construtiva".

"Os europeus, por enquanto, estão apenas a tentar manter os Estados Unidos na corrida ao armamento" da Ucrânia, denunciou.

Lavrov congratulou-se por tal "posição totalmente aventureira, conflituosa e belicista não encontrar eco na atual administração norte-americana".

Segundo disse, a administração do Presidente Donald Trump está a esforçar-se por "contribuir para eliminar as causas profundas do conflito" da Rússia com a Ucrânia.

Em resposta a uma pergunta sobre garantias de segurança para Kiev na forma de envio de tropas europeias e aviões norte-americanos, Lavrov assegurou que Moscovo defenderá os seus "interesses legítimos com firmeza e rigor".

O ministro russo lembrou que, em abril de 2022, a própria Ucrânia propôs à Rússia um acordo de paz que incluía a renúncia à NATO, ou seja, a neutralidade, e às armas nucleares.

Lavrov disse que, na altura, a Rússia mostrou-se disposta a assinar um documento sobre garantias que incluísse todos os membros permanentes do Conselho de Segurança e outros países, como a Alemanha ou a Turquia.

"A proposta ucraniana significava que essas garantias seriam iguais", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, também citado pela agência de notícias espanhola EFE.

"A segurança de todas as partes interessadas, incluindo os vizinhos da Ucrânia, seria garantida de forma igual e indivisível. E a parte russa apoiou, naquele momento, essa abordagem", afirmou.

A Rússia considera a expansão da NATO nas suas fronteiras como uma ameaça existencial e a vontade da Ucrânia de aderir à aliança militar ocidental é uma das razões que levaram à invasão do país vizinho em fevereiro de 2022.

Moscovo também rejeita qualquer destacamento de um contingente militar europeu na Ucrânia após a conclusão da paz, como proposto por vários países europeus, incluindo a França.

A Ucrânia insiste em obter garantias de segurança sólidas dos aliados para dissuadir a Rússia de a invadir novamente em caso de paz.

Lavrov também repetiu hoje que qualquer encontro entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve ser "preparado com o maior cuidado" para que tal cimeira "não resulte numa deterioração da situação".

A Rússia e os Estados Unidos são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, juntamente com a China, o Reino Unido e a França.

[Notícia atualizada às 13h07]

Leia Também: Suíça? Áustria? Tudo aponta que encontro Putin-Zelensky será na Europa

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas