Uma professora da Universidade do Estado de Washington terá alertado os seus colegas sobre a possibilidade de Bryan Kohberger - o homem que matou quatro estudantes em Idaho - poder perseguir e abusar sexualmente de alunos caso se tornasse professor, tendo em conta o seu comportamento.
Conta o New York Post, que cita relatórios da polícia divulgados recentemente, que esta afirmação foi feita dias antes de Kohberger ter assassinado quatro estudantes da Universidade de Idaho.
A professora manifestou os seus receios depois de alguns dos colegas de pós-graduação terem dito que Bryan Kohberger estava a ser sexista e assustador.
Kohberger, saliente-se, estava a fazer uma pós-graduação em Justiça Criminal.
"Eu trabalho com predadores e se nós lhe dermos um doutoramento, vamos ouvir que ele está a assediar, perseguir e abusar sexualmente dos seus alunos em qualquer universidade", disse o professor à polícia.
A docente da universidade de Washington, que instou os colegas para que cortassem o financiamento a Kohberger para que fosse removido do programa de pós-graduação, revelou aos inspetores que, por vezes, ele entrava num escritório onde trabalhavam várias estudantes de pós-graduação e bloqueava a porta.
Contou ainda que ouviu uma das alunas a dizer "Eu preciso mesmo de sair daqui".
Vários alunos e professores da universidade relataram às autoridades que a jovem em questão acreditava que Kohberger estava a perseguir outros alunos, tendo dito que alguém que invadiu o apartamento de uma estudante universitária e que lhe roubou perfumes e roupas íntimas.
De notar que alguns colegas de pós-graduação e professores apresentaram 13 queixas formais contra Kohberger devido ao seu comportamento nos meses anteriores aos homicídios.
Já uma colega de Bryan, que estava no mesmo programa de pós-graduação, referiu que o agora acusado gostava de conflitos e de falar sobre assaltos sexuais. Disse ainda que o departamento onde ambos estavam previu que Kohberger seria um violador e que faria parte da cultura 'incel'.
A testemunha acrescentou ainda que três semanas depois dos assassinatos, Kohberger comentou que quem tinha cometido o crime "devia ser muito bom".
Nos relatórios consta que a colega passava "muito tempo" nas reuniões a queixar-se de Kohberger, uma vez que tinha sido designada para trabalhar com ele no projeto de doutoramento.
"As reuniões focavam-se nas interações de Kohberger com os estudantes de pós-graduação dentro e fora das salas de aula, assim como o seu comportamento com os professores", explica o relatório, que refere que os alunos e professores do homem não desconfiaram que teria sido ele o autor dos crimes em Idaho.
No entanto, um outro aluno contou que, após os homicídios, Bryan Kohberger deixou de andar com o telemóvel e que nunca participou em conversas sobre as mortes dos quatro estudantes.
De recordar que Bryan Kohberger foi sentenciado a quatro penas de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, depois de se ter declarado culpado dos homicídios de quatro estudantes da Universidade de Idaho.
Kaylee Gonçalves e Madison Mogen, de 21 anos, e Xana Kernodle e Ethan Chapin, de 20 anos, foram assassinados a 13 de novembro de 2022, numa propriedade fora do campus da Universidade do Idaho, na cidade de Moscow, onde estudavam. Na casa estava ainda outras duas pessoas que não morreram.
O suspeito foi detido após sete semanas de investigação, marcadas pela ansiedade e luto daquela vila universitária. O suspeito vivia no campus da sua universidade, a apenas 15 minutos da casa onde os quatro jovens foram encontrados sem vida.
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