Centenas de imigrantes manifestaram-se pacificamente, na terça-feira, em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, para pedir segurança e justiça após um comerciante natural do Bangladesh ter sido morto a tiro num assalto, na zona do Feijó, em Almada.
O caso ocorreu na noite do passado dia 13 de junho e Mahabubul Alam, um imigrante do Bangladesh, de 44 anos, morreu após ter sido atingido por três disparos de arma de fogo.
Um amigo da vítima, Robin, contou à SIC Notícias que o homem foi baleado quando se preparava para fechar a porta da mercearia da qual era proprietário.
"Ontem ele também tentou fechar às 21h00 quando três pessoas vieram aqui para tentar entrar na loja. Ele disse que não, já tinha fechado e não podiam entrar na loja. Eles tentaram entrar, ele disse que não. Um deles tirou a pistola e matou-o", contou, na altura.
O homem resistiu e ainda perseguiu os assaltantes, mas acabou por ser atingido por três disparos fatais. A mulher, grávida, e as duas filhas, ambas com menos de 13 anos, assistiram a tudo.
A manifestação pacífica de terça-feira, organizada em Lisboa pela Casa do Bangladesh, a que se juntaram outras associações, foi constituída quase exclusivamente por homens, que exibiam faixas e cartazes a pedir "justiça por Mahbubal Alam".
A brasileira Nina Martins, em representação do Movimento Vida Justa, foi uma das quatro mulheres presentes.
"Apoiamos esta causa. Penso que temos de lutar, investigar e procurar justiça", disse à agência Lusa no local, enquanto o cordão ia ganhando forma e ocupando parte da Praça do Comércio.
Roni Hossan, da Casa do Bangladesh, considerou que o problema de Portugal “não é uma questão de racismo”, mas sim de “criminalidade”. "Temos vários comerciantes do Bangladesh aqui, em Portugal, não é uma questão de racismo. É de criminalidade. Parte da polícia investigar e apurar responsabilidades", considerou.
Rana Taslin, líder da comunidade, entregou no Ministério da Administração Interna um pedido escrito, no sentido de ser garantida a justiça no caso do comerciante morto, assim como mais segurança para os imigrantes do Bangladesh e de outros países da Ásia.
Segundo estimou, existem cerca de 50.000 pessoas da comunidade do Bangladesh a viver atualmente em Portugal, 20.000 das quais na Área Metropolitana de Lisboa.
Veja as imagens da manifestação na galeria acima.
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