Carrie Coon: "Ainda há um padrão duplo para as mulheres no poder"

As mulheres ambiciosas e que chegam a posições de poder ainda enfrentam um padrão duplo de julgamento, disse a atriz Carrie Coon numa conferência de lançamento da terceira temporada de 'The Gilded Age', que se estreia hoje na Max Portugal. 

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© Getty Images

Lusa
23/06/2025 11:38 ‧ há 5 horas por Lusa

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"O respeito pela ambição feminina, francamente, é algo em que ainda estamos a trabalhar", afirmou a atriz, que interpreta Bertha Russell na série. "Ainda há um padrão duplo para as mulheres no poder, uma linha tão ténue a percorrer", indicou.

 

Da autoria do criador de 'Downton Abbey', Julian Fellowes, a terceira temporada de 'The Gilded Age' - cuja ação se situa em 1882 - trará uma grande turbulência ao casamento de Bertha e George Russell (interpretado por Morgan Spector), que expõe a forma como as mulheres tentam obter algum controlo numa sociedade opressiva. 

"George não consegue compreender o que está em causa para uma mulher", considerou Carrie Coon. "O campo de ação de uma mulher é muito diferente. Ele não entende o nosso instinto de sobrevivência que é, neste caso, através do casamento". 

A argumentista e produtora executiva Sonja Warfield descreveu o tema desta temporada como uma exploração de quem tem poder, quem controla a sociedade e os casamentos. "Há temas universais para os seres humanos, quer seja amor, morte, casamento", apontou. "Embora estas pessoas vivam nos anos 1880, estes são temas atuais."

O dilema do casamento é vivido por personagens de várias gerações e determina o estatuto social na Nova Iorque da altura. É por isso que Bertha Russell considera o casamento da filha Gladys (Taissa Farmiga) uma questão existencial que o marido não entende. 

"A coisa que Gladys mais queria era liberdade e para a atingir não basta escolher o que se quer fazer, é preciso poder", disse Taissa Farmiga. "O estatuto dá o poder de escolher o que se quer fazer", continuou. "Ela pensava que liberdade era fugir dos pais e da orientação de Bertha, mas no final é aproximar-se da mãe."

Marian Brook (interpretada por Louisa Gummer) também encarna esse dilema porque quer mais da vida que uma existência doméstica, explicou Julian Fellowes. 

"Ela quer fazer mais que vestir-se para a ópera e não chegar atrasada para jantar", afirmou o criador. "Mas aquela sociedade era muito difícil para as mulheres que não se contentavam em gerir o lar e as crianças e perguntar ao marido se o dia foi bom." 

Fellowes também traçou paralelos entre o ego dos homens retratados na série e aqueles que estão hoje nas notícias, como o magnata Elon Musk. "Há muitas coisas que são diferentes, as respostas são diferentes, as regras sociais também. Mas há muito que continua igual", considerou. "Há muitos paralelos entre a Idade Dourada e agora."

A narrativa da terceira temporada representa ainda uma guinada substancial para as irmãs Agnes van Rhijn (Christine Baranski) e Ada Brook (Cynthia Nixon), com uma inversão de posições. Agnes perde tudo e Ada passa a ter o poder em casa, uma progressão que surpreendeu e agradou à atriz Cynthia Nixon. 

"Não é interessante ver uma personagem a fazer sempre a mesma coisa, é bom colocá-la numa situação completamente diferente e vê-la debater-se, correr atrás e tentar fingir até conseguir", afirmou a atriz. É isso que a audiência verá em Ada Brook nesta nova fase. 

A terceira temporada de 'The Gilded Age' tem oito episódios que se vão estrear semanalmente na HBO Max. A final está marcada para 11 de agosto.

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