Espanha garante que há acordo para meta dos 5% em Defesa ser flexível

O Governo espanhol reiterou esta segunda-feira que tem garantido um acordo no seio da NATO que torna flexível o objetivo dos Estados-membros da organização gastarem 5% do produto interno bruto (PIB) em defesa.

primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez,

© Manuaure Quintero/Bloomnberg

Lusa
23/06/2025 18:02 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

NATO

Fontes da Presidência do Governo espanhol disseram que foi negociada uma alteração ao texto final que vai sair da cimeira desta semana da Aliança Atlântica e que desvincula as metas a alcançar em termos de capacidades militares de uma percentagem do PIB.

 

Por outro lado, relativamente aos tetos de despesa, no novo texto da declaração final que está negociado, em inglês, substituiu-se a expressão "we" ("nós") ou "all allies" ("todos os aliados") por "allies" ("aliados"), "uma mudança fundamental que reflete a postura do Governo espanhol: nem todos os aliados estão obrigados a 5%", disse à Lusa fonte oficial do executivo de Espanha.

Além disso, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, trocaram cartas, que o líder do Governo de Madrid tornou públicas, em que o primeiro confirma que o objetivo dos 5% será flexível.

"Entendo que Espanha está convencida que pode cumprir o novo acordo de Objetivos de Capacidade com uma trajetória de despesa inferior a 5% (3,5% em defesa estrita e 1,5% em gastos relacionados com a segurança) do PIB. (...) Posso confirmar-lhe que o acordo da próxima cimeira da NATO dará a Espanha flexibilidade para determinar a sua própria rota soberana para alcançar a meta dos Objetivos de Capacidade e os recursos anuais necessários em termos de percentagem do PIB para apresentar os seus próprios planos anuais", lê-se numa carta de Rutte a Sánchez.

Fontes do Governo de Espanha disseram hoje que foi negociada uma "ambiguidade construtiva" no texto da declaração final da cimeira desta semana, a que todos os países se podem acolher, a que se seguiu uma troca de cartas entre Rutte e Sánchez para o executivo espanhol ter segurança e certeza em relação à interpretação que faz e se vai fazer do acordo.

Perante a possibilidade de não haver "luz verde" dos EUA, as mesmas fontes insistiram em que o entendimento foi negociado com Mark Rutte, "a máxima autoridade da NATO".

"Espanha mantém intacto o compromisso com as capacidades militares (capability targets) acordadas com a NATO. Esse compromisso com as capacidades não deve estar ligado automaticamente a uma percentagem do PIB", disse à Lusa fonte oficial da Presidência do Governo de Espanha, que reiterou que os cálculos nacionais apontam para que o país tem de gastar 2,1% do produto interno bruto para honrar esses compromissos.

Depois do acordo anunciado por Espanha, no domingo, e de, no mesmo dia, Sánchez ter dito que o país vai gastar 2,1% do PIB em defesa, "nem mais, nem menos", Mark Rutte disse hoje que a NATO "não tem cláusulas de isenção voluntária" e que a aliança calcula que Espanha terá de gastar mais do que o teto avançado por Madrid.

"Espanha acredita que pode alcançar esses objetivos com uma percentagem de 2,1%. A NATO está absolutamente convencida de que Espanha terá de gastar 3,5% no conjunto", disse Rutte, acrescentando que "agora, cada país informará periodicamente" sobre o que está a fazer em termos de despesa e na concretização dos objetivos.

"De qualquer forma, haverá uma revisão em 2029", afirmou, numa conferência de imprensa em Haia.

Rutte disse ainda que "todos os aliados têm, obviamente, o direito soberano e também a flexibilidade de determinar as vias para cumprir o compromisso da NATO".

O compromisso dos países membros da aliança atlântica em relação a estas despesas será um dos principais temas da cimeira da NATO que se realiza entre terça e quarta-feira em Haia.

Leia Também: Rutte contradiz Sánchez: "A NATO não tem cláusulas de isenção"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas