De acordo com o jornal em língua inglesa, Lai assegurou que a realização do referendo antes de o governo poder efetuar avaliações de segurança é "uma negação" do direito da população a tomar "decisões informadas".
"Irei às urnas no sábado da próxima semana para votar 'não', como todos nós devemos fazer", disse o dirigente na quarta-feira, durante uma reunião da liderança do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder, que há anos pede uma "pátria livre de armas nucleares".
Lai sublinhou que a "posição coerente" do governo é permitir a utilização da energia nuclear apenas se forem cumpridos três "requisitos práticos": garantir uma utilização segura, dispor de um local adequado para a eliminação dos resíduos radioativos e alcançar um consenso social sobre a questão.
O dirigente sublinhou ainda que, até à data, nem a Comissão de Segurança Nuclear nem a empresa pública Taipower efetuaram inspeções de segurança do último reator em funcionamento, pelo que o público não dispõe de informações necessárias para tomar uma decisão sobre a questão.
O referendo, promovido pelos dois principais partidos da oposição, o Kuomintang (KMT) e o Partido Popular de Taiwan (TPP), coloca a seguinte questão: Concorda que a central nuclear de Maanshan continue a funcionar após a aprovação pela autoridade competente e confirmação de que não existem problemas de segurança?
De acordo com a lei taiwanesa relativa aos referendos, a proposta de reativação da central é aprovada se os votos a favor superarem os contra e representarem, pelo menos, um quarto de todos os eleitores elegíveis.
O encerramento do reator número 2 da central de Maanshan, em maio, marcou o fim da energia nuclear em Taiwan, após o desmantelamento progressivo dos reatores das centrais de Chinshan e Kuosheng - ambas localizadas no distrito norte de Nova Taipé - entre 2018 e 2023.
Esta decisão surge num momento particularmente crítico para Taiwan, cuja forte dependência do combustível importado por via marítima aumenta a vulnerabilidade da ilha face a um eventual bloqueio naval por parte de Pequim, que considera Taiwan "parte inalienável" de território chinês.
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