O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta segunda-feira numa publicação na sua rede social, a Truth Social que "após a conclusão das reuniões" ligou ao presidente Putin e comeceçou "os preparativos para um encontro, numa localização ainda a determinar, entre o presidente Putin e o presidente Zelensky".
"Depois dessa reunião vamos ter uma trilateral, que será com os dois presidentes e comigo", acrescentou, reiterando que este é um "passo muito bom" para uma guerra que dura há quase quatro anos.
Segundo a publicação, o trabalho de coordenação entre a Rússia e a Ucrânia está a ser mediado pelo vice-presidente, J.D. Vance, e pelo enviado especial dos Estados Unidos Steven Witkoff.
Após uma primeira reunião com Zelensky, seguiu-se uma reunião de Trump também com os líderes europeus, que terminou em conversações na Sala Oval da Casa Branca, tendo sido discutidas as garantias de segurança para a Ucrânia, adiantou o Presidente norte-americano na rede social Truth. O encontro, diz Trump, foi "muito bom" e centrou-se em temas como as garantias de segurança para a Ucrânia, que serão providenciadas pelos diversos países da Europa e coordenadas com os Estados Unidos.
"Toda a gente está muito contente com a possibilidade de paz para a Rússia/Ucrânia", disse ainda na publicação.
A chamada telefónica foi confirmada pelo Kremlin, que acrescentou que Trump e Putin terão falado durante cerca de 40 minutos, segundo noticia a NBC News.
O assessor presidencial Yurki Ushakov garantiu que ambos os líderes falaram a favor de conversas diretas entre Moscovo e Kyiv e discutiram um possível aumento do nível dos representantes nestas reuniões.
Ushakov descreveu ainda a conversa como "franca" e "muito construtiva" e acrescentou que Trump e Putin concordaram em manter o diálogo aberto com a Ucrânia.
Trump já tinha falado sobre a possibilidade do encontro
Durante a conferência de imprensa, que marcou o início do encontro na Casa Branca esta segunda-feira, Trump garantiu que Putin "concorda que a Rússia deve aceitar garantias de segurança para a Ucrânia", acrescentando que este ia ser um dos pontos de discussão da reunião.
Já na altura, Trump tinha dito que "se tudo correr bem" poderia haver uma reunião a três, ou seja, pondo Zelensky e Putin cara a cara pela primeira vez desde o início da guerra - uma situação que o Kremlin tem vindo sempre a rejeitar.
Sem mencionar especificamente um futuro encontro Putin-Zelensky, o Kremlin confirmou apenas que o Presidente russo e Trump discutiram hoje por telefone a possibilidade de aumentar o nível de representação na próxima ronda de conversações directas com a Ucrânia.
"Em particular, foi discutida [entre Putin e Trump] a ideia de que poderia ser estudada a possibilidade de aumentar o nível de representação dos lados ucraniano e russo, ou seja, dos representantes que participam nas negociações diretas", afirmou Yuri Ushakov, conselheiro presidencial para a política internacional.
Em declarações aos meios de comunicação russos, Ushakov adiantou que a conversa durou 40 minutos.
A Rússia tem condicionado um encontro com o Presidente ucraniano a uma aceitação prévia sobre os termos de um acordo de paz, que os dois líderes celebrariam.
Os parceiros europeus de Kyiv têm por seu lado exigido como primeiro passo um cessar-fogo, enquanto as forças russas continuam a fazer ataques diários - com vagas de 'drones', bombas e mísseis - contra infraestruturas ucranianas, frequentemente civis.
A delegação russa nas três últimas rondas de negociações, realizadas em Istambul, foi liderada, tal como logo após a invasão russa em março de 2022, por Vladimir Medinsky, conselheiro de Putin para assuntos culturais.
A escolha de Medinsky foi amplamente criticada pela Ucrânia, União Europeia e NATO, por demonstrar falta de compromisso do Kremlin em chegar a um acordo de paz.
As três primeiras rondas resultaram apenas na troca de prisioneiros de guerra e restos mortais de soldados, mas em nenhum momento foram discutidos em profundidade os aspectos políticos do conflito.
Putin, que mantém a exigência de que Kyiv retire as suas tropas da região ucraniana do Donbass, manifestou no encontro do Alasca confiança na realização em Moscovo da próxima cimeira com Trump.
[Notícia atualizada às 00h14]
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