SNS reconhece "erro humano" na triagem da grávida que deu à luz na rua

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) admitiram, em comunicado, que existiu um "erro humano" da Linha SNS 24 no caso da grávida que teve deu à luz na rua no Carregado, na segunda-feira. Chamada foi atendida em 17 segundos, mas triagem foi mal feita.

Balcão SNS24, SNS,

© Ivan Del Val/Global Imagens

Maria Gouveia
12/08/2025 18:36 ‧ há 2 dias por Maria Gouveia

País

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Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) admitiram, esta terça-feira, que existiu "erro humano" da Linha SNS 24 "na aplicação do algoritmo da triagem e no encaminhamento" da mulher grávida que deu à luz na rua no Carregado.

 

"A SPMS solicitou uma averiguação ao operador privado do SNS 24, a fim de aferir o sucedido na chamada para a Linha SNS 24 da utente grávida do Carregado", lê-se no comunicado enviado às redações.

E continua: "Auditado o sistema da Linha SNS 24, regista-se uma chamada da utente para a opção 'Linha SNS Grávida', às 10h16, de 11 de agosto de 2025. A chamada foi atendida, por um enfermeiro, no espaço de 17 segundos".

O SNS refere ainda que "o processo de triagem durou cerca de quatro minutos", mas a grávida foi encaminhada "para um Serviço de Urgência Obstétrico", ao invés de acionado o INEM.

"De acordo com a averiguação preliminar solicitada pela SPMS ao operador privado da Linha SNS 24, existiu um erro humano na aplicação do algoritmo de triagem e no encaminhamento, levando a que a chamada não tivesse sido transferida para o INEM", pode ler-se.

A SPMS diz "lamentar os factos relatados" e "reafirma o seu empenho e compromisso na melhoria contínua dos serviços prestados pela Linha SNS 24".

O que se sabe?

Uma mulher de 28 anos deu à luz na segunda-feira em plena via pública, no Carregado, com a ajuda dos pais. Quando começou a sentir contrações, a família ligou para a Saúde 24, mas foi-lhes aconselhado que fossem até ao hospital de carro, apesar de se tratar de uma doente de risco.

A família telefonou para a linha de Saúde 24 mas, apesar de ser considerada uma doente de risco por já não ter um rim, foi-lhes dito que fossem até ao hospital de carro, por ser mais rápido. Foi então que os pais da grávida tentaram ligar ao 112, que demorou a atender. Quando finalmente chegaram à fala com um técnico, este falava em inglês.

A mulher acabou por dar à luz no passeio, com a ajuda dos pais e, pouco depois, acorreram ao local uma enfermeira e um médico que viviam ali perto. 

Mulher dá à luz na rua. Pediu ambulância, disseram-lhe para ir de carro

Mulher dá à luz na rua. Pediu ambulância, disseram-lhe para ir de carro

Grávida era uma doente de risco, por já não ter um rim. Apesar disso, quando começou a sentir contrações e a família ligou à linha de Saúde 24, em vez de enviarem uma ambulância, pediram-lhe para ir de carro.

Tomásia Sousa | 13:05 - 12/08/2025

Governo pediu abertura de inquérito

O Ministério da Saúde afirmou esta terça-feira que pediu a abertura de um inquérito à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) ao caso de uma mulher que deu à luz numa rua do Carregado, em Alenquer, após ter contatado a linha de Saúde 24. 

"O procedimento foi já determinado pelo Inspetor-Geral das Atividades em Saúde para investigar os factos relativos à assistência prestada pela Linha SNS 24 e pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), no momento da ocorrência, bem como à assistência prestada pela Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo à grávida", referiu o Ministério da Saúde em comunicado.

Governo pede abertura de inquérito a caso de mulher que deu à luz na rua

Governo pede abertura de inquérito a caso de mulher que deu à luz na rua

Grávida era uma doente de risco, por já não ter um rim. Apesar disso, quando começou a sentir contrações e a família ligou à linha de Saúde 24, em vez de enviarem uma ambulância, pediram-lhe para ir de carro.

Carolina Pereira Soares com Lusa | 13:48 - 12/08/2025

Ordem dos Médicos pediu esclarecimentos

A Ordem dos Médicos referiu em comunicado que tomou conhecimento da situação de uma mulher que teve o bebé numa rua do Carregado, no concelho de Alenquer, expressando "votos sinceros de plena recuperação e bem-estar para a mãe, o recém-nascido e a respetiva família".

Parto ocorrido na via pública? Ordem dos Médicos pede esclarecimentos

Parto ocorrido na via pública? Ordem dos Médicos pede esclarecimentos

A Ordem dos Médicos (OM) pediu hoje esclarecimentos ao Ministério da Saúde, à Direção Executiva do SNS e ao INEM sobre um parto ocorrido na via pública, para "apurar em detalhe" as circunstâncias do caso, que considera "inadmissível".

Lusa | 16:18 - 12/08/2025

[Notícia atualizada às 18h55]

Leia Também: Parto no meio da rua? Mulheres Socialistas pedem demissão da ministra

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