O presidente da Junta de Freguesia de Loriga, José Pinto, explicou que continua a verificar-se uma frente de fogo ativa, "que não é muito grande, mas que teima em não se extinguir".
José Pinto acrescentou que no local continuam os meios aéreos, "que estão a ir buscar água à praia fluvial de Loriga, bombeiros e militares".
"Todos os dias o incêndio parece que vai acabar e no dia seguinte volta a reacender-se. Encontra-se na encosta da serra, em zona com pedras e de difícil acesso. Já não tenho crença no seu fim", desabafou, garantindo que não há qualquer risco para a população, que se encontra longe das chamas.
Na freguesia ao lado, em Alvoco da Serra, também no concelho de Seia, distrito de Guarda, a situação "está mais tranquila", referiu o presidente da Junta de Freguesia, Carlos Marques.
"Já ardeu quase tudo. Agora estamos na fase de vigilância para controlar os reacendimentos e vamos iniciar o levantamentos dos estragos", acrescentou.
Carlos Marques disse que a sua freguesia "chegou a ter quatro aldeias sem água" e apenas numa delas a situação ainda não está resolvida.
"Agora vamos avaliar todas as necessidades e os prejuízos da população. Perderam-se pastos, animais...", precisou.
O incêndio que atingiu o concelho do Fundão e que começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra, e tinha ficado sem frentes ativas na sexta-feira, reacendeu no sábado, obrigando ao corte da autoestrada 23 (A23) e da Nacional 18.
Fonte do Comando Territorial da GNR de Castelo Branco disse hoje à Lusa que todas as vias já se encontram a circular sem restrição desde a madrugada, não se registando qualquer encerramento de estradas no distrito.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 250 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.