Portas diz que se está "à beira da guerra" entre potências nucleares

Paulo Portas, antigo ministro da Defesa, considera que estamos à beira de uma guerra onde aquilo que se destaca e que deve preocupar é o facto de ser um conflito entre três potências nucleares.

Paulo Portas

© Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens

Andrea Pinto
23/06/2025 10:07 ‧ há 7 horas por Andrea Pinto

Política

Paulo Portas

Paulo Portas comentou, na antena da TVI, o conflito entre Israel e Irão, focando-se no facto de as três potências envolvidas agora no conflito serem todas elas potências nucleares.

 

“O mero facto de estarmos à beira da guerra diz tudo. Esta situação em particular é mais grave porque já estão no teatro de operações a segunda maior potência nuclear do mundo, os Estados Unidos; Israel, a potencial nuclear reconhecida mas não confessada; e um país que é um antigo império que pretende fazer parte do grupo nuclear”, disse, resumindo o conflito no Médio Oriente como “uma guerra entre potências nucleares e aquela que espera sê-lo”.

O antigo ministro da Defesa considerou, ainda, que “este conflito pode escalar rapidamente para conflito mundial” e lembrou que neste momento, para que a situação possa ser resolvida “conta pouco ou nada qualquer aliança ou sistema de intermediação”, seja ela “as Nações Unidas, a União Europeia…”.

“Estão fora de jogo”, atirou.

Paulo Portas salientou ainda que a “coordenação entre EUA e Israel foi de sincronia sem falhas”, mas criticou o facto de “agora termos um primeiro-ministro de Israel que parece comandar a orientação da política externa norte-americana”.

Sobre os perigos que advêm do conflito e sobretudo depois do ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares de Fordow, Paulo Portas considerou que “se o Irão tiver a arma nuclear temos um sério problema porque não há mais controlo sobre a proliferação de armas nucleares” e lembrou ainda “a consequência imediata que é que há dois países islâmicos que terão a aspiração nuclear: a Arábia Saudita e a Turquia”. 

“O Irão é um país pouco popular na região mas tem uma ambição doutrinária como não se conhece”, salientou o comentador, referindo, contudo, que " o Irão está muito débil, merecidamente, porque expressou uma ambição de tal natureza imperialista e apoiou tantos grupos de ação em países terceiros que obviamente acabaria por ficar neste último ano mais fraco, no Líbano, na Síria e ate no Iémen"

Conflito entre Irão e Israel e o receio das armas nucleares

O conflito entre Israel e Irão começou na madrugada de 13 de junho, com Telavive a lançar um ataque sem precedentes contra o país persa, alegadamente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano para fins militares. Isto apesar de o Irão ter repetidamente negado o desenvolvimento de armas nucleares e reivindicado o direito a realizar atividades nucleares pacíficas.

O receio da existência e do uso de armas nucleares num possível conflito mundial preocupa, de forma particular, os portugueses.
 
Os inquiridos portugueses foram os que demonstraram, num estudo de opinião realizado em 12 países europeus, ter mais receio sobre o uso de armas nucleares, uma eventual terceira guerra mundial e uma guerra europeia além da Ucrânia.

"A maioria dos europeus está a acordar para a realidade de que vive num mundo muito diferente. Embora o receio de um ataque russo ao território da NATO seja menos generalizado do que alguns analistas sugerem - embora seja sentido com intensidade em certos Estados fronteiriços, como a Polónia, a Estónia e a Roménia, bem como em Portugal - é o medo crescente de um conflito nuclear que capta mais claramente a nova ansiedade europeia", indica o Conselho Europeu das Relações Externas (ECFR, na sigla inglesa) no estudo hoje publicado.

Leia Também: Portugueses são dos mais preocupados com armas nucleares e III Guerra

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