Para além das complicações no combate aos fogos que já duram há semanas, e das vítimas dos incêndios, há também outras questões que estão a ser averiguadas, como, por exemplo, o fornecimento de luz em zonas afetadas por incêndios.
Questionada pelo Notícias ao Minuto, a E-Redes explicou que "não foram registadas quaisquer avarias na rede de Média Tensão durante a noite, madrugada e manhã na zona da Serra da Estrela ou de Almeida, que foi também afetada por um grande incêndio, encontrando-se a rede a operar com normalidade."
Em relação à rede de Baixa tensão, a distribuidora garantiu que "todas as ocorrências conhecidas já se encontram resolvidas". No entanto, "é reconhecido que possam subsistir avarias por reportar, sobretudo em aldeias isoladas, localizadas em concelhos onde os incêndios permanecem ativos ou onde decorrem operações de rescaldo."
Ao Notícias ao Minuto a E-Redes explicou que, como "habitualmente", serão feitas verificações no terreno "logo que estejam reunidas condições de segurança para a circulação das suas equipas". É também mantida, segundo explicado, "uma interação próxima com as Autarquias e com a Proteção Civil, assegurando uma gestão coordenada das situações mais críticas".
Note-se que a vaga de incêndios que está a assolar o país já dura há cerca de um mês e, esta sexta-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil aponta quatro ocorrências como as mais significativas, sendo estas as de Piódão, Figueira de Castelo Rodrigo, Armamar e Vila Real.
Portugal é, segundo foi conhecido esta semana, o país da União Europeia com mais área ardida, e já esta sexta-feira, o Presidente da República 'abriu o jogo', relembrando que tinha avisado que o dia 15 poderia ser "complicado" em relação aos incêndio, nomeadamente, em relação à convergência de fogos num só. "Podia não ter ocorrido, mas ocorreu. A partir do momento em que ocorreu, a situação agravou-se."
Recorde-se ainda que a situação levou o Governo a aprovar, na quinta-feira, numa reunião extraordinária do Conselho de Ministros, em Viseu, um quadro com 45 medidas "a adotar em situação de incêndios de grandes dimensões, com consequências no património e na economia de famílias e empresas", e que pretende permitir, "de forma rápida e ágil, colocar no terreno medidas de apoio às regiões e pessoas afetadas".
Já esta sexta-feira, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, afirmou que vai levar ao Presidente da República as preocupações estruturais das corporações, mas também preocupações sobre a coordenação do combate aos incêndios. O chefe de Estado e o presidente da LBP tem prevista para a próxima semana uma reunião, em Belém.
A par da "questão das carreiras dos bombeiros voluntários, estatuto social do bombeiro, o estatuto de dirigente associativo ou comando nacional de bombeiros", a LBP vai "expor algumas preocupações sobre aquilo que se passou durante este período de combate aos incêndios florestais".
O presidente da LBP pretende também discutir com o Presidente da República o atraso no pedido de ajuda internacional e a "não convocação da Comissão Nacional de Proteção Civil".
Segundo dados oficiais provisórios, até 21 de agosto arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio de Arganil.
Leia Também: Marcelo considera boa a opção de salvar pessoas em detrimento de floresta