Degradação dos solos ameaça agravar aumento dos preços dos alimentos

A degradação dos solos causada por secas, ondas de calor, incêndios e chuvas intensas ameaça agravar ainda mais o aumento dos preços dos alimentos no mundo.

Seca, Clima,

© BRYAN R. SMITH/AFP via Getty Images

Lusa
24/08/2025 23:47 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

Alimentação

A conclusão é do estudo "Extremos climáticos, aumento dos preços dos alimentos e riscos sociais mais abrangentes", citado pela agência EFE e elaborado por investigadores de Espanha, Alemanha e Reino Unido, que analisaram como é que os fenómenos climáticos extremos têm impacto no preço dos alimentos nas várias partes do mundo.

 

Os investigadores concluíram que a seca dos anos de 2022 e de 2023 em Espanha e em Itália resultaram no aumento do preço do azeite de cerca de 50% no ano seguinte. Já no Brasil, por exemplo, o preço do café aumentou 55% em agosto de 2024, depois da seca registada em 2023. No México, precisamente pela mesma razão - seca em 2023 -, o preço da fruta e legumes aumentou 20% em janeiro de 2024.

A tendência de aumento verificou-se também noutros países, como na Etiópia, onde o preço dos alimentos ficou 40% mais caro em março de 2023 devido à falta de chuva do ano anterior.

Em relação ao calor extremo registado em 2023 e 2024 em diversas partes do mundo, o preço do cacau subiu 280% no Gana e na Costa do Marfim. Na África do Sul, as ondas de calor resultaram num aumento de 36% do milho e, na Índia, as batatas e cebolas ficaram 89% mais caras.

Na China, no Japão e na Indonésia, onde o consumo de arroz é mais elevado, o valor deste alimento também aumentou - 30%, 48% e 16%, respetivamente.

Por outro lado, também as chuvas intensas fizeram disparar os custos.

No Reino Unido, o preço da batata subiu 22% entre janeiro e fevereiro de 2024, depois de um inverno com precipitação acima do normal. Já no Paquistão, as cheias resultaram num aumento do preço dos alimentos de 50% em agosto de 2022 e, na Austrália, depois das cheias de 2022, o preço da alface disparou 300%.

"Temperaturas extraordinariamente altas aceleram diretamente o aumento do preço dos alimentos", indicaram os investigadores, que acrescentaram que estas consequências são visíveis a curto e a longo prazo, uma vez que a degradação dos solos resulta em colheitas mais fracas e a uma maior vulnerabilidade para secas ou inundações.

O ano de 2024 ficou marcado por ter sido o mais quente já registado pela Organização Metereológica Mundial, tendo as temperaturas ultrapassado o limite de 1,5ºC estabelecido no Acordo de Paris.

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