A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, defendeu esta quinta-feira que "Portugal precisa de mudar radicalmente o ordenamento florestal" e lamentou que aconteça "o mesmo todos os anos", repetindo-os os "incêndios e, com eles, os discursos sobre consequências e responsabilidades".
"Acontece o mesmo todos os anos: repetem-se os incêndios e, com eles, os discursos sobre consequências e responsabilidades. Infelizmente, este ano não é exceção", começou por referir a bloquista numa publicação na rede social X.
Na nota, Mariana Mortágua sublinhou que "parte do país está em chamas" e é possível ver, "nos rostos das populações afetadas, o desespero de quem receia perder tudo o que tem", deixando "uma palavra solidária a todas essas pessoas".
Reconhecendo que "toda a gente sabe que há responsabilidade humana nalguns fogos" e que esta "deve ser julgada e punida", Mariana Mortágua considerou que "ficar por essa constatação é um favor aos interesses económicos, ao negacionismo climático e à negligência governamental que, ano após ano, deixam o país arder".
Por isso, defendeu que "Portugal precisa de mudar radicalmente o ordenamento florestal" e que "é tempo de trocar o eucalipto por espécies autóctones, que previnem o fogo e protegem as populações"·
Portugal precisa de mudar radicalmente o ordenamento florestal. É tempo de trocar o eucalipto por espécies autóctones, que previnem o fogo e protegem as populações. (4/6)
— mariana mortágua (@MRMortagua) August 14, 2025
"Para fazê-lo, precisamos de duas coisas: o apoio que tem faltado às populações para transformar a floresta e a visão de uma economia diferente, assente nas características de cada território. Transformar a floresta, enfrentar os interesses abutres da tragédia, proteger as populações. Se nada disto for feito, voltaremos a ouvir as mesmas lamentações no próximo ano", atirou.
As declarações de Mariana Mortágua surgiram após uma declaração da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, na qual sublinhou que nenhum cidadão "está excluído do esforço conjunto", nem do "combate que é de todos".
"É necessário manter a vigilância, manter a atitude individual de autocontenção perante os ricos e pensar que esta é uma luta nacional, um combate de todos", alertou.
Na mesma declaração, a ministra anunciou que o Governo decidiu voltar a prolongar a situação de alerta devido aos incêndios até ao próximo domingo, 17 de agosto.
Portugal, sublinhe-se, está em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural desde 2 de agosto.
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