Numa declaração conjunta, insistem que a população "tem de ser protegida e o acesso humanitário tem de ser garantido".
O Sudão está também a atravessar a maior epidemia de cólera dos últimos anos.
Pedindo uma "pausa humanitária", a comunidade internacional alertou para o agravamento da situação em Al-Fashir.
"À medida que os combates continuam em Darfur do Norte, centenas de milhares de pessoas estão presas nos arredores da cidade de Al-Fashir, cercada pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês)", alertou a comunidade internacional.
Na declaração conjunta, a UE, Reino Unido, Japão e Canadá denunciam o corte de todos os acessos para a ajuda humanitária no último ano e que a população, em especial mulheres e crianças, estão expostas a violações e crimes sexuais.
"Isto não pode continuar. Todas as partes envolvidas no conflito são responsáveis pela proteção dos civis em Darfur e Kordofan [...], exigimos o cumprimento dos compromissos de assegurar acesso imediato, incondicional, seguro e sem limitações de apoio humanitário às populações em necessidade" e que impeçam a violação de mulheres e crianças.
Pelo menos 40 mortes relacionadas com a cólera foram registadas numa semana na região do Darfur, oeste do Sudão, declarou hoje a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Além de uma guerra generalizada, os sudaneses enfrentam atualmente a pior epidemia de cólera que o país conheceu em anos", destacou a MSF.
Só na região do Darfur, as equipas da MSF "trataram mais de 2.300 pacientes e registaram 40 mortes na semana passada devido à cólera", acrescentou a organização.
A doença, transmitida por água e alimentos contaminados, pode matar em poucas horas, sem tratamento.
Desde julho de 2024, cerca de 100 mil casos de cólera foram registados em todo o Sudão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com a doença a espalhar-se "por todos os estados" do país.
A guerra no Sudão começou a 15 de abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram e outros 13 milhões foram forçados a fugir das suas casas, tornando o país palco da pior crise humanitária do planeta, segundo as Nações Unidas.
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