Putin e Trump não vão assinar nenhum documento: "Nada foi preparado"

A presidência russa indicou hoje que prevê "discussões complexas" entre os líderes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, na cimeira prevista para sexta-feira no Alasca, mas não vão assinar nenhum documento.

Dmitri Peskov

© Reuters

Lusa
14/08/2025 17:48 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Não é esperado. Nada foi preparado. Dificilmente haverá um documento", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em declarações à televisão pública russa, a propósito da possibilidade de os dois presidentes subscreverem um texto formal sobre a guerra na Ucrânia.

 

O porta-voz afirmou que o lado russo parte para a reunião com "boa vontade política demonstrada pelos presidentes de ambos os países para resolver os problemas através do diálogo" e que serão abordadas "as questões mais difíceis".

Quando questionado se os dois líderes planeiam discutir uma troca de territórios entre a Rússia e a Ucrânia para resolver o conflito, Peskov respondeu que "obviamente, serão abordadas questões relacionadas com a solução ucraniana", ressalvando que esse "é um assunto muito complexo e multifacetado".

O líder russo "explicará os acordos e entendimentos alcançados" numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo norte-americano, referiu Peskov.

Na véspera da cimeira, Putin elogiou hoje os esforços "enérgicos e sinceros" dos Estados Unidos para pôr fim aos combates na Ucrânia.

O líder russo observou, numa reunião extraordinária com altos funcionários do Governo e do Kremlin, que o trabalho dos norte-americanos visa "um acordo que responda aos interesses de todas as partes envolvidas no conflito".

O tema central da cimeira será "evidentemente a resolução da crise ucraniana", segundo Yuri Ushakov, conselheiro diplomático de Putin, mas também serão abordados outros temas de segurança internacional.

Trump diz que acordo de paz exigirá cimeira com Putin e Zelensky

Trump diz que acordo de paz exigirá cimeira com Putin e Zelensky

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que qualquer acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia terá de passar por uma cimeira com os homólogos russo e ucraniano, após a cimeira bilateral na sexta-feira.

Lusa | 16:30 - 14/08/2025

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, expressou hoje, por seu lado, esperança no sucesso do encontro de alto nível, considerando que é crucial um cessar-fogo na Ucrânia.

"Como disse o Presidente [Trump], a sua esperança é interagir [com Putin] e obter uma noção muito rápida e antecipada se a paz é possível ou não", comentou Rubio aos jornalistas no Departamento de Estado, à margem de um encontro com representantes do Paraguai.

Rubio recordou que Trump falou com Putin quatro vezes por telefone e que agora entendeu que "era importante falar com ele pessoalmente, olhá-lo nos olhos e determinar o que era possível e o que não era".

Questionado se seriam abordadas concessões territoriais, o chefe da diplomacia de Washington indicou apenas que serão discutidas "entre outras coisas, as disputas territoriais, as reivindicações e os motivos dos combates", que se prolongam desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

"Todos estes elementos farão parte de um pacote abrangente, mas acredito que o Presidente espera garantir o fim dos combates para que estas discussões possam ocorrer", afirmou Rubio.

O secretário de Estado norte-americano afirmou ainda, tal como a Ucrânia e os principais líderes europeus pediram, que para se alcançar a paz, terão de ser tratadas as garantias de segurança à Ucrânia.

"Vamos ver como correm as negociações. Estamos esperançosos", declarou, sublinhando que "em última análise, cabe à Ucrânia e à Rússia chegarem a um acordo" para alcançar a paz.

Donald Trump já se tinha também pronunciado hoje sobre a cimeira com o homólogo russo, defendendo que qualquer acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia terá de passar por uma reunião que inclua Putin e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não foi convidado para comparecer no Alasca.

"Este encontro abrirá caminho para outro", declarou o Presidente norte-americano à estação Fox News.

Para Trump, um segundo encontro, com os líderes russo e ucraniano "será muito, muito importante, porque será um encontro em que eles chegarão a um acordo" sobre o conflito.

Trump-Putin reúnem-se no Alasca: Tudo que se sabe sobre a cimeira

Trump-Putin reúnem-se no Alasca: Tudo que se sabe sobre a cimeira

O presidente norte-americano, Donald Trump, reúne-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, na sexta-feira no Alasca, o primeiro encontro de ambos desde que o político republicano regressou à Casa Branca, com foco no conflito na Ucrânia.

Lusa | 13:14 - 14/08/2025

"E não quero usar o termo 'dividir as coisas', mas, de certa forma, não é um termo mau. Haverá concessões mútuas no que diz respeito às fronteiras, aos territórios", insistiu Trump, a propósito de trocas territoriais como parte de um acordo de paz, uma hipótese entretanto descartada por Zelensky, respaldado pelos líderes europeus, que rejeitam cedências pela força.

Na mesma entrevista, Donald Trump estimou em "25%" o risco de fracasso do encontro com Putin na sexta-feira.

De acordo com o Kremlin, a reunião tem início às 11h30 locais (20h30 em Lisboa), na base militar de Elmendorf-Richardson nos arredores de Anchorage, no Alasca, e será seguida de uma conferência de imprensa conjunta.

Em primeiro lugar, haverá um encontro presencial entre os dois líderes, seguido de delegações compostas por cinco altos funcionários, que incluirá um pequeno-almoço de trabalho.

Leia Também: Rússia e Ucrânia trocam 84 prisioneiros na véspera da cimeira Trump/Putin

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas