Zelensky insiste que obter "garantias de segurança" é "o mais importante"

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insistiu hoje na necessidade de obter garantias de segurança ocidentais antes do encontro com o homólogo norte-americano, Donald Trump, em Washington.

Volodymyr Zelensky, Ucrânia,

© TETIANA DZHAFAROVA/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
18/08/2025 15:57 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Espero que tenhamos tempo para falar sobre a estrutura das garantias de segurança. Isso é realmente o mais importante", afirmou Zelensky, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

 

Zelensky falava durante uma reunião com o enviado norte-americano Keith Kellogg, que antecede o encontro com Trump.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andri Sibiga, também disse esperar que a reunião entre Trump e Zelensky permita avançar na questão das garantias de segurança e na cimeira trilateral com o líder russo, Vladimir Putin.

"Se falarmos sobre as expectativas desta reunião, são (...) mais avanços, uma ideia clara ou mais clara dos parâmetros das futuras garantias de segurança", declarou Sibiga, durante a apresentação de um programa governamental em Kiev.

Sibiga disse que se espera progressos em relação à agenda e ao momento em que poderá ocorrer um encontro trilateral com Trump, Zelensky e Putin, "com a possível participação de outros líderes" de países aliados da Ucrânia.

Em resposta a uma pergunta sobre as cessões territoriais reivindicadas por Moscovo, Sibiga salientou que a posição fundamental da Ucrânia não mudou.

"A Crimeia é a Ucrânia. A Ucrânia tem uma Constituição, o Presidente [Zelensky] reiterou isso várias vezes, que responde a todas as perguntas sobre esta questão", afirmou, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Sibiga aludia à impossibilidade legal de ceder territórios de forma formal.

A Rússia anexou ilegalmente a Crimeia em 2014, e já depois de invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022, declarou como parte da Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson.

Sibiga disse também que para a Ucrânia seria inaceitável que, como parte do acordo de paz, a Rússia exigisse "restrições de qualquer tipo ao exército ucraniano" ou às capacidades de defesa do país.

Durante o fim de semana, Zelensky referiu como prioridades para iniciar negociações com a Rússia a declaração de um cessar-fogo em todas as frentes e a devolução de todos os cidadãos ucranianos cativos, com garantias de segurança como exigência para fechar um acordo.

Trump afirmou no domingo que Zelensky pode acabar com a guerra com a Rússia "quase imediatamente" se desistir de recuperar a Crimeia e de entrar na NATO.

O encontro de hoje segue-se à cimeira entre Trump e Putin realizada na sexta-feira, no Alasca, que terminou sem resultados tangíveis.

Após a cimeira, Trump deixou de exigir a Putin um cessar-fogo imediato, como fizera até sexta-feira, e passou a defender a negociação direta de um acordo de paz.

O enviado norte-americano Steve Witkoff disse posteriormente que Trump conseguiu na cimeira que "os Estados Unidos possam oferecer uma proteção semelhante à do artigo 5.º, que é uma das verdadeiras razões pelas quais a Ucrânia deseja aderir à NATO".

O artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte estipula que qualquer ataque contra um dos países membros da aliança é considerado um ataque contra todos.

Nesse caso, "cada Estado deve tomar "imediatamente (...) as medidas que julgar necessárias, incluindo o uso da força armada".

Não há, no entanto, automaticidade no compromisso militar direto e a resposta pode assumir a forma de apoio logístico ou fornecimento de material militar, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Zelensky vai estar acompanhado em Washington pelos presidentes francês, Emmanuel Macron, e finlandês, Alexander Stubb, e os chefes dos governos alemão, Friedrich Merz, britânico, Keir Starmer, e italiano, Giorgia Meloni.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), Mark Rutte, também participarão na reunião.

Leia Também: Trump prevê "grande dia na Casa Branca" com visita de Zelensky

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