"Queremos acabar com a guerra". Cessar-fogo na Ucrânia? "Não é preciso"

Poucas horas antes do encontro, Donald Trump fez uma publicação na rede social Truth Social onde afirma que "o presidente ucraniano Zelensky pode pôr fim à guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar a lutar".

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© REUTERS/Nathan Howard

Carolina Pereira Soares com Lusa
18/08/2025 18:25 ‧ há 3 horas por Carolina Pereira Soares com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente ucraniano já está na Casa Branca para reunir com o homólogo norte-americano. Antes do encontro a que se juntarão mais tarde vários líderes europeus e da NATO, ambos falaram aos jornalistas e Donald Trump garantiu que quer acabar com a guerra na Ucrânia.

 

"Nós vamos reunir, se tudo correr bem vamos chegar a um consenso e pode haver uma possibilidade de terminar a guerra", afirmou Donald Trump nos primeiros minutos da receção a Zelensky, durante uma conferência de imprensa aos jornalistas.

"Vamos trabalhar com a Rússia, vamos trabalhar com a Ucrânia" para alcançar a paz, disse Trump, reiterando que acredita que Putin também quer chegar a um acordo de paz duradoura com a Ucrânia.

Zelensky também se mostrou aberto a conversas trilaterais, após ser questionado se prefere continuar a mandar soldados "para a morte" ou "ceder território ucraniano". O presidente ucraniano afirmou que está "pronto" para o encontro a três, "como disse o presidente".

"É um bom sinal a trilateral. Acho que isso é muito bom", acrescentou o líder ucraniano.

Donald Trump quer "paz contínua" e não um cessar-fogo

Contudo, o presidente norte-americano considerou que o caminho a seguir nas negociações entre os dois países, e com os Estados Unidos como mediador, seria o de uma paz efetiva e total, não sendo necessário um cessar-fogo prévio para negociar o fim ao conflito na Ucrânia.

Trump afirmou que um acordo desse género pode "ser desvantajoso estrategicamente" para ambos os países.

"Agrada-me o conceito por um motivo: para-se a chacina. Pelo menos durante algum tempo, param-se as mortes. Mas, estrategicamente, o cessar fogo pode ser desvantajoso para ambas as partes", explicou o presidente norte-americano ao lado de Zelensky, antes de uma reunião a que se juntarão mais tarde vários líderes europeus e da NATO.

Trump disse também que vai falar com o homólogo russo, Vladimir Putin, com quem se encontrou na sexta-feira no Alasca, após a reunião com Zelensky e líderes europeus.

"Teremos uma conversa telefónica logo após essas reuniões hoje. Talvez tenhamos ou talvez não tenhamos uma reunião trilateral", afirmou.

Trump referia-se a uma cimeira com Zelensky e Putin, que disse que se realizará se a reunião de hoje na Casa Branca correr bem.

"Se tudo correr bem hoje, teremos uma reunião a três e acho que haverá boas hipóteses de pôr fim à guerra quando o fizermos", disse Trump.

Donald Trump também não se comprometeu com o envio de tropas norte-americanas para o terreno, dizendo apenas que vai ser um tema discutido com os sete líderes europeus, que também se dirigiram à Casa Branca.

"Talvez ainda hoje se venha a saber" se os Estados Unidos vão ou não enviar tropas para a Ucrânia, afirmou Donald Trump, reiterando que quer uma "paz de longo prazo".

Trump admitiu ainda que poderá "mais tarde" fazer um anúncio sobre garantias de segurança para a Ucrânia contra futuras ameaças da Rússia após um acordo de paz.

"Informaremos sobre isso talvez mais tarde. Hoje, vamos reunir-nos com sete pessoas maravilhosas, de países maravilhosos também, e falaremos sobre isso", respondeu Trump.

Além de Zelensky, estão na Casa Branca o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os líderes da Finlândia, Reino Unido, França, Itália e Alemanha, com quem Trump se reunirá mais tarde.

"Todos eles participarão, mas haverá muita ajuda no que diz respeito à segurança. Haverá muita ajuda. Vai ser bom", disse Trump sobre a Europa.

Trump reconheceu que os europeus "são a primeira linha de defesa porque estão lá".

"Eles são a Europa, mas vamos ajudá-los", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

Zelensky evitou responder diretamente se está disposto a fazer concessões territoriais para chegar a um acordo de paz com a Rússia e prometeu que serão realizadas eleições na Ucrânia, assim que as condições o permitirem.

"Vivemos sob constantes ataques russos. Como sabem, hoje houve muitos ataques e muitos feridos, com uma criança de 1 ano e meio entre os mortos. Temos de pôr fim à guerra, deter a Rússia e precisamos de apoio", declarou.

Questionado sobre se estaria disposto a redesenhar os mapas, Zelensky não respondeu de forma categórica, como fez nos últimos dias, quando apontou a impossibilidade constitucional de ceder territórios à Rússia, mas tentou não contrariar o anfitrião.

"Precisamos do apoio dos americanos e dos europeus. E é disso que se trata aqui", disse.

"Acho que demonstramos que somos um povo forte e que temos o apoio do povo dos Estados Unidos e do Presidente do Estados Unidos para poder empreender esforços diplomáticos e pôr fim à guerra de forma duradoura", afirmou.

Eleições na Ucrânia?

Volodymyr Zelensky foi também questionado sobre a possibilidade de realizar eleições na Ucrânia - um ponto que tem sido motivo de discórdia com Donald Trump.

"Temos de garantir circunstâncias seguras para as eleições. Não podemos ter eleições em tempo de guerra," afirmou Zelensky. "Precisamos de ter a garantia de que as pessoas votam de forma democrática e juridicamente válida," explicou.

"Portanto o que significa que se daqui a três anos e meio estivermos em guerra com alguém não há eleições. É isso?", questionou logo de seguida Donald Trump. "Não sei bem como é que isso seria recebido aqui," brincou o presidente norte-americano.

O presidente da Ucrânia chegou quase quinze minutos mais tarde do que o previsto à Casa Branca para a reunião com o líder dos Estados Unidos. A chegada estava prevista para as 13h00 (18h00 em Lisboa).

A comitiva de Volodymyr Zelensky contou com o chefe de gabinete do presidente ucraniano, Andrii Yermak, e do Secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, Rustem Umerov. 

À chegada foi recebido pelo próprio presidente dos Estados Unidos, ao contrário do que aconteceu com os diversos líderes europeus, que foram recebidos pela Chefe do Protocolo norte-americana.

Pode ver as imagens do momento em que Zelensky chegou na nossa galeria acima.

Presidentes falaram pelas redes sociais antes da reunião

Foi o próprio presidente dos Estados Unidos que agendou a reunião com Zelensky, depois de se encontrar com Putin na sexta-feira no Alasca.

Poucas horas antes do encontro com Zelensky, Donald Trump fez uma publicação na rede social Truth Social onde afirma que “o presidente ucraniano Zelensky pode pôr fim à guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar a lutar.”

“Lembrem-se de como tudo começou. Não há hipótese de recuperar a Crimeia cedida por Obama (há 12 anos, sem que um único tiro fosse disparado) e não há hipótese de a Ucrânia entrar na NATO”, considera o presidente norte-americano.

"Zelensky pode pôr fim à guerra com a Rússia quase imediatamente"

Donald Trump afirmou que o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky - que o Presidente norte-americano receberá hoje -, pode pôr fim à guerra com a Rússia "quase imediatamente", mas Kiev não recuperará a Crimeia nem entrará na NATO.

Lusa | 06:23 - 18/08/2025

Nas redes sociais, Zelensky afirmou que “só a força pode obrigar a Rússia à paz, e o Presidente Trump dispõe dessa força. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que a paz seja possível".

Zelensky pede a Trump para forçar a Rússia a aceitar a paz pela força

Zelensky pede a Trump para forçar a Rússia a aceitar a paz pela força

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exortou hoje Donald Trump a exercer "a paz pela força" contra a Rússia, retomando os termos usados pelo líder norte-americano antes de uma reunião crucial em Washington.

Lusa | 16:27 - 18/08/2025

Os dois líderes encontraram-se pela última vez a 28 de fevereiro também na Casa Branca - um encontro que não correu da melhor forma, tendo Trump e Zelensky discutido abertamente.

Durante essa reunião, foi ainda questionada a indumentária do presidente ucraniano, que, por norma, usa sempre camisolas com tons militares em aparições públicas.

Um dos designers de Zelensky contou ao POLITICO que "desta vez o presidente [Zelensky] estará de fato, mas o estilo continuará a ser militar com o mesmo simbolismo: ele é o chefe de Estado, que está em guerra".

[Notícia atualizada às 19h39]

Leia Também: Sobe para 14 o número de mortos em ataques russos em várias regiões

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