Cruz Vermelha: Israel deve suprir necessidades básicas em Gaza

O Comité Internacional da Cruz Vermelha defendeu hoje, após declarada oficialmente a fome em Gaza, que Israel, enquanto força ocupante, tem a obrigação de "prover às necessidades básicas da população" do território palestiniano, segundo o direito internacional.

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© Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images

Lusa
22/08/2025 17:00 ‧ há 6 horas por Lusa

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Médio Oriente

Tal "deve servir de catalisador para uma ação imediata e concreta. Qualquer atraso adicional custará vidas. Todas as partes no conflito - e os Estados com influência sobre elas - devem fazer muito mais para permitir um acesso humanitário seguro, sustentado e imparcial", acrescentou o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) num breve comunicado.

 

A ONU declarou hoje oficialmente a fome na cidade de Gaza, a primeira no Médio Oriente, depois de os especialistas terem alertado que 500.000 pessoas se encontravam numa situação catastrófica.

O Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, sigla em inglês), um organismo da ONU com sede em Roma, confirmou que há uma fome em curso em Gaza, e colocou-a na fase 5, que implica falta de acesso extrema a alimentos e água potável, deslocação forçada em grande escala e uma elevada taxa de mortalidade.

Uma situação que, segundo a declaração, se estenderá até ao final de setembro às províncias de Deir el-Balah (centro) e Khan Yunis (sul).

A declaração foi emitida após meses de alertas sobre uma situação de fome no território palestiniano devastado por uma ofensiva de Israel desde outubro de 2023.

Grupos humanitários denunciaram que as restrições impostas por Israel à entrada de alimentos e outros tipos de ajuda na Faixa de Gaza, a par da ofensiva militar, estavam a causar altos níveis de fome entre os civis palestinianos, especialmente crianças.

A fome em Gaza "podia ter sido evitada" sem "a obstrução sistemática de Israel", acusou em Genebra o responsável pela coordenação dos assuntos humanitários das Nações Unidas, Tom Fletcher.

"Esta fome vai e deve assombrar-nos a todos", acrescentou.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.

A guerra no enclave palestiniano fez, até agora, 62.263 mortos, na maioria civis, e pelo menos 157.114 feridos, além de milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas pelo bloqueio de ajuda humanitária durante mais de dois meses, seguido da proibição israelita de entrada no território de agências humanitárias da ONU e organizações não-governamentais (ONG).

Alguns mantimentos estão desde então a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados "seguros" pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis palestinianos famintos, tendo até agora matado 2.060 e ferido pelo menos 15.448.

Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU tinha acusado Israel de genocídio em Gaza e de estar a usar a fome como arma de guerra, situação também denunciada por países como a África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), uma classificação igualmente utilizada por organizações internacionais e israelitas de defesa dos direitos humanos.

Leia Também: Médio Oriente: António Guterres reafirma apelo para cessar-fogo imediato

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