"Presos políticos na Venezuela, com nacionalidade estrangeira: 89" explica o FP, sem precisar as nacionalidades de estes cidadãos.
Segundo a ONG, em 4 de agosto a Venezuela tinha 83 estrangeiros presos por motivos políticos no país.
Os dados foram divulgados depois de na quarta-feira o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, advertir, durante uma sessão extraordinária, que as autoridades vão deter os estrangeiros que entrem no país sem autorização.
"Portanto, seja quem for o estrangeiro que entre neste país sem autorização, entra, mas não sai, fica aqui. Fica preso, ou fica como ficar, mas fica", disse Jorge Rodríguez.
Nessa mesma sessão Jorge Rodríguez argumentou que a Venezuela é o país do continente americano com mais vitórias no combate ao tráfico de droga, após Washington enviar para águas caribenhas navios com 4.000 soldados numa operação contra cartéis narcotraficantes.
Segundo fontes da comunidade portuguesa local, estão presos por motivos políticos pelo menos três luso-venezuelanos, o último deles o médico radiologista Manuel Enrique Ferreira, radicado em Barquisimeto, estado de Lara, e que foi "chefe do comando de campanha" de Maria Corina Machado às eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, em que a oposição reivindica vitória.
Este médico luso-venezuelano foi detido em 19 de julho último nas proximidades do Centro Clínico Valentina Canabal, no estado de Lara (260 quilómetros a oeste de Caracas) e posteriormente levado para Caracas.
Fontes da comunidade médica local explicaram à agência Lusa que o luso-venezuelano foi obrigado, "por homens armados sem identificação e sem apresentarem uma ordem judicial", a subir para uma viatura.
Segundo o FP, em 18 de agosto de 2025 a Venezuela tinha 815 pessoas presas por motivos políticos, das quais 717 são homens, 98 mulheres, 646 civis e 169 militares.
Leia Também: EUA e Venezuela em 'pé de guerra' (até ONU fez apelo). Porquê?