"Não estou feliz com isso e não estou feliz com nada relacionado com a guerra", declarou Donald Trump, quando questionado sobre um ataque russo na quinta-feira, que destruiu grande parte de uma fábrica norte-americana na cidade de Mukachevo.
No dia em que as forças ucranianas indicaram bombardeamentos em grande escala de mais de 500 mísseis e drones russos, uma das maiores vagas nas últimas semanas e que matou pelo menos uma pessoa e feriu várias dezenas, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga, lamentou que os ataques tenham sido executados "contra todos os esforços para pôr fim à guerra".
O chefe da diplomacia ucraniana indicou que um dos mísseis atingiu "um grande produtor americano de eletrónica" na parte ocidental do país, "causando graves danos e baixas".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também se referiu no mesmo dia a este ataque, destacando que se trata de "uma empresa civil normal, apoiada por investimentos americanos" e que produzia "objetos de uso diário, como máquinas de café e, mesmo assim, também foi alvo dos russos e isso diz muito".
Sybiga realçou que este não é o primeiro ataque contra empresas norte-americanas na Ucrânia e recordou os bombardeamentos ocorridos este ano contra os escritórios da Boeing em Kiev.
Neste contexto, descreveu os esforços para forçar a Rússia a pôr fim à guerra como cruciais e reiterou a vontade da Ucrânia de fazer "qualquer esforço" que conduza à paz, incluindo um encontro de Volodymyr Zelensky, com o homólogo russo, Vladimir Putin.
Segundo o jornal The Kyiv Independent, a fábrica norte-americana atacada pertence à multinacional de eletrónica Flex, na cidade de Mukachevo, onde trabalham cerca de 800 funcionários no turno da noite, dos quais 15 ficaram feridos, de acordo com as autoridades locais.
O diário ucraniano referiu a empresa atua no país desde 2000 e que abriu esta unidade de 55 mil metros quadrados 12 anos mais tarde na região de Zakarpattia, empregando um total de 2.600 pessoas, num dos maiores investimentos norte-americanos no país.
Os ataques russos ocorrem após rondas diplomáticas de alto nível, promovidas por Donald Trump, que há uma semana se avistou no Alasca com Vladimir Putin e posteriormente recebeu na Casa Branca Zelensky e os principais líderes europeus.
Os encontros fazem parte dos esforços do líder norte-americano em busca de uma solução para o conflito na Ucrânia, mas as partes continuam afastadas nos temas centrais de um cessar-fogo, troca de territórios e garantias de segurança para Kyiv.
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