Em conferência de imprensa após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, em Viseu, Luís Montenegro disse lamentar que possa ter sido criada "alguma perceção" de que o acompanhamento dos incêndios, por parte do Governo, "não era tão próximo, tão intenso e tão profundo", considerando-a injusta.
"Mas reconheço que possa ter contribuído para que isso tenha acontecido. Não me custa dizê-lo, porque tenho a consciência de que cumpri todas as responsabilidades com os meus colegas do Governo, mas que aqui ou ali é preciso que esse cumprimento tenha também uma perceção mais concreta por parte das pessoas", frisou.
O chefe do Executivo garantiu contudo aos portugueses que o Governo tem "uma enorme sensibilidade para o sofrimento que é enfrentar chamas com intensidade e em condições de absoluta desigualdade", frisando que tem, pessoalmente, consciência de que isso afeta não só quem tem "as chamas perto de si", mas também quem "antecipa a possibilidade disso lhes vir a acontecer".
"Até posso, nesta ocasião, confidenciar que sei, por experiência própria -- porque, como sabem, também tenho raízes rurais --, [o que é] viver e conviver com esse drama e de saber muito bem o que é a aflição que, em cada momento, significa ter de ultrapassar a situação", disse.
Luís Montenegro referiu que "só quem não conhece o país e o fenómeno dos incêndios é que pode pensar que é possível estar em todo o lado, a todo o tempo, e antecipar a ocorrência e a propagação rápida de todos os incêndios".
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