Fogos? "Não há paralelo entre o que vivemos e o que se passou em 2017"

Para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "não há paralelo entre a situação que estamos a viver e o que se passou em 2017", uma vez que o número de mortos e feridos não se pode comparar.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Natacha Nunes Costa
22/08/2025 09:25 ‧ há 9 horas por Natacha Nunes Costa

País

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que não se pode comparar os incêndios que assolaram, este mês de agosto, o Interior do país com os que mataram mais de 100 pessoas, em 2017.

 

"Não há paralelo entre a situação que estamos a viver e o que se passou em 2017", disse o Chefe de Estado ao Nascer do Sol, no dia em que participou no funeral do bombeiro da Covilhã que perdeu a vida num despiste da viatura em que seguia durante o combate às chamas.

"Esta situação é muito diferente da que vivemos em 2017 em dois aspetos fundamentais: em número de mortos e em número de feridos", referiu Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que "o que temos hoje são mais fogos florestais e agrícolas, enquanto em 2017 tivemos mais fogos florestais e urbanos".

De 2017 para 2025, "mudou muita coisa", na opinião do Presidente da República, quando questionado se não acha que "está tudo na mesma". "Nomeadamente na estratégia de combate aos incêndios: até 2017, nós tínhamos um combate às frentes de fogo florestais, privilegiando a defesa da floresta; a partir daí, passámos a ter uma estratégia que privilegia a defesa das vidas humanas, dos animais e do património em primeiro lugar", assegurou.

Para Marcelo é essa estratégia que faz com que "no quadro do que existe até hoje, não há paralelo com o drama de 2017", lembrando, porém, que "ainda falta o resto de agosto, setembro e outubro".

Apesar disso, para o Presidente da República, "passado este período" crítico dos fogos deve ser feita "uma ampla e profunda reflexão" sobre prevenção e combate aos incêndios, repovoamento e reflorestação do território.

Recorde-se que, em 2018, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, se o Estado voltasse a falhar na prevenção e combate aos fogos como falhou em 2017, terminaria o seu mandato em Belém e não concorreria a um segundo mandato.

Em junho de 2017, morreram quase 70 pessoas nos incêndios de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria. Meses depois, em outubro, nova tragédia: 50 pessoas perderam a vida nos fogos, novamente no Centro do país. Mais de metade das vítimas eram de Coimbra.

Além das vidas humanas, metade das quais no distrito de Coimbra, os incêndios de 2017 deixaram feridas centenas de pessoas e destruíram total ou parcialmente cerca de milhar e meio de casas e mais de 500 empresas.

Este mês de agosto, Portugal Continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, novamente no Interior. Três pessoas morreram e registaram-se vários feridos e, segundo dados oficiais provisórios, até ontem, arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio de Arganil.

Recentemente, o presidente e administrador da Associação BLC3 defendeu que o combate aos incêndios começa na prevenção e sugeriu a criação de um mercado da terra, áreas de acolhimento agrícola e um sistema de impostos de estímulo e revelou que "a verdadeira prevenção vai demorar mais de dez anos para começar a ter resultados".

Leia Também: Ajuda após fogos? As 45 medidas (e... a polémica) anunciadas pelo Governo

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