Preços sobem após tempestade na ilha de São Vicente, mas sem abuso

O presidente da Câmara de Comércio de Barlavento admitiu hoje que a tempestade na ilha cabo-verdiana de São Vicente, que provocou nove mortos, gerou escassez e tendência de subida de preços, mas garantiu que não há aumentos abusivos.

Cape Verde: Rainfall on the island of São Vicente caused deaths, disappearances and unprecedented damage

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Lusa
18/08/2025 14:19 ‧ há 2 horas por Lusa

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Cabo Verde

natural que, em situações de crise, calamidade ou perda de stock, possa haver alguma tentação para aumentar preços, mas não há relatos de nada abusivo. Eu próprio já presenciei apenas aumentos na água e no arroz", disse à Lusa Jorge Maurício.

 

O responsável acrescentou que, caso se verifiquem situações abusivas, serão reportadas às autoridades competentes, incluindo instituições de fiscalização, para serem travadas.

"Numa situação já muito difícil, complicada para as populações, não podem nem devem tirar proveito disso", garantiu, pedindo tolerância e solidariedade.

Jorge Maurício explicou ainda que é normal haver alguma tendência de subida de preços em determinadas épocas ou circunstâncias, como acontece no verão com o peixe, devido ao aumento da procura.

"Há mais pessoas, mais imigrantes, mais turistas; o preço ajusta-se à lei do mercado", explicou.

Maurício destacou que a prioridade é ajudar as pessoas que perderam tudo: casas, pertences e meios de subsistência.

O presidente da Câmara de Comércio de Barlavento sublinhou ainda o papel das instituições financeiras e do transporte de bens essenciais.

"Já existem linhas de crédito específicas para comércio e microempresas, e o transporte internacional e interno está a ser coordenado para garantir bens de primeira necessidade", disse.

Moradores alertaram à Lusa para aumentos de preços em alimentos básicos, como arroz e água, enquanto comerciantes reforçaram que a subida verifica-se em produtos importados de outras ilhas.

As cheias, ocorridas há uma semana, deixaram bairros inundados, destruíram estradas e pontes, estabelecimentos comerciais e afetaram o abastecimento de energia e uma pessoa continua desaparecida.

O Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau.

Além disso, já foi anunciado um plano estratégico de resposta que contempla apoios de emergência às famílias, mas também às atividades económicas, com linhas de crédito com juros bonificados e verbas a fundo perdido, justificando a decisão com o "quadro dramático, excecional".

O Governo utilizará os recursos do Fundo Nacional de Emergência e do Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019 precisamente para responder a situações de catástrofes naturais ou impacto de choques económicos externos.

Um navio da Marinha portuguesa atracou na sexta-feira em São Vicente, com 56 militares, equipamentos de remoção de escombros, uma dessalinizadora para o hospital e 'drones' para recolha de imagens aéreas em zonas de difícil acesso, além de mergulhadores e equipas preparadas para apoiar a população.

Leia Também: Cabo Verde anuncia plano face à destruição causada por tempestade mortal

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