O secretário-geral da ONU, António Guterres, está a "acompanhar de perto as discussões em Washington", disse o seu porta-voz, Stéphane Dujarric, referindo-se às reuniões na Casa Branca entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, além de uma delegação europeia de alto nível.
No entanto, Dujarric admitiu grande "preocupação com a continuação dos ataques mortais da Rússia" que estão a ser registados "em toda a Ucrânia".
Guterres, segundo afirmou o porta-voz, reiterou o seu apelo para uma "paz ampla e sustentável" na Ucrânia, que respeite a "soberania, independência e integridade territorial" do país e esteja alinhada com o direito internacional.
Também expressou disposição para "apoiar qualquer esforço importante para esse fim".
Fez também referência à recente cimeira entre Trump e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que decorreu na passada sexta-feira no Alasca (Estados Unidos), reiterando que esse diálogo construtivo é notável, "especialmente entre dois membros permanentes do Conselho de Segurança" e tão "ativos no cenário mundial".
Ainda nas mesmas declarações, o porta-voz de Guterres citou os dados mais recentes sobre a guerra na Ucrânia, onde, de acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), os ataques da Rússia neste fim de semana "mataram e feriram civis", além de terem danificado casas e infraestruturas civis.
Destacou igualmente o alto risco na linha de frente devido aos ataques de drones de curto alcance, que ajudaram a aumentar os danos a pessoal, recursos e instalações humanitárias este ano, enquanto os trabalhadores humanitários tentam ajudar os ucranianos que fogem do conflito nas regiões de Donetsk e Dnipro.
Especificamente, observou que apenas neste fim de semana, em plenos contactos políticos de alto nível, cerca de 3.700 pessoas, 10% delas crianças, foram retiradas da linha de frente em Donetsk (leste), de acordo com as autoridades locais.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Leia Também: "Queremos acabar com a guerra". Cessar-fogo na Ucrânia? "Não é preciso"