Segundo o gabinete do primeiro-ministro canadiano, os dois líderes abordaram por telefone como "fortalecer a liderança" do Presidente norte-americano "para apoiar a paz e a segurança duradouras na Ucrânia e na Europa".
Além da situação na Ucrânia, afirmou a mesma fonte em comunicado, foram ainda abordados "os atuais desafios comerciais, as oportunidades e as prioridades partilhadas dentro de uma nova relação económica e de segurança entre o Canadá e os Estados Unidos".
Depois de um encontro no final da semana passada com o Presidente russo, Vladimir Putin, Trump reuniu-se na segunda-feira em Washington com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com vários líderes europeus, a fim de discutir a estrutura de um processo de paz para o conflito iniciado com a invasão russa em fevereiro de 2022.
Embora não tenha estado presente na reunião na Casa Branca, o primeiro-ministro canadiano participou na terça-feira na reunião virtual realizada pelos líderes da União Europeia (UE) para partilhar informações sobre a cimeira.
Após a reunião com os homólogos europeus, Otava disse que os líderes saudaram "a disponibilidade dos Estados Unidos para oferecer garantias de segurança para apoiar a paz e a segurança duradouras na Ucrânia e na Europa".
O telefonema de hoje entre Carney e Trump aconteceu no mesmo dia em que os chefes da diplomacia dos dois países, a canadiana Anita Anand e o norte-americano Marco Rubio, se reuniram em Washington para discutir, entre outros assuntos, a invasão russa da Ucrânia, a guerra na Faixa de Gaza e a segurança no Haiti.
As relações entre Washington e Otava, vizinhos e aliados, têm sofrido fortes perturbações desde a reeleição de Trump, que por diversas vezes questionou a viabilidade do Canadá enquanto país independente e manifestou intenção de torná-lo no "51º primeiro estado" norte-americano.
Trump referiu-se sucessivamente de forma depreciativa ao antecessor de Carney, Justin Trudeau, que qualificou de "governador", como se o país se tratasse de uma província.
As relações viriam a sofrer um novo abalo com a imposição por Washington de sobretaxas alfandegárias sobre as importações de produtos canadianos, que perturbaram fortemente as relações económicas bilaterais, incluindo a laboração de empresas norte-americanas cujas cadeias de abastecimento dependem de matérias-primas e produtos feitos no Canadá.
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