A polícia italiana deteve um homem de nacionalidade ucraniana que é suspeito de ter sabotado o gasoduto Nord Stream. O ataque aconteceu em setembro de 2022.
A informação foi avançada, esta quinta-feira, pelo Ministério Público alemão - responsável pela investigação -, que acrescentou que o suspeito será extraditado para a Alemanha, onde vai ser ouvido por um juiz de instrução do Tribunal Federal de Justiça.
O suspeito, identificado como Serhii K., fazia parte de um grupo de pessoas que colocou explosivos nos gasodutos da Nord Stream 1 e Nord Stream 2, perto da ilha alemã Bornholm, em setembro 2022.
O detido, sublinhe-se, é suspeito de ter causado uma explosão, destruição de infraestruturas e sabotagem contrária à Constituição baseada no artigo 88.º do código penal alemão.
A Procuradoria alemã referiu ainda que o suspeito contou com a ajuda de outras pessoas e que usaram um iate - alugado a uma empresa alemã com documentos falsos - para realizar o ataque. O barco havia partido de Rostock, no nordeste da Alemanha.
As autoridade alemãs detiveram o suspeito durante a noite na província de Rimini, na costa italiana.
De notar ainda que a Alemanha tinha emitido um mandado de captura europeu contra o suspeito.
Recorde-se que a sabotagem dos dois gasodutos que ligam a Rússia à Alemanha e transportavam a maior parte do gás russo para a Europa ocorreu em 26 de setembro de 2022, sete meses depois da invasão russa da Ucrânia.
Quatro fugas de gás, precedidas de explosões subaquáticas, ocorreram com poucas horas de intervalo nos dois gasodutos, que não estavam em funcionamento na altura.
A Rússia já tinha deixado de fornecer gás através do Nord Stream 1, no contexto de um conflito energético com os países europeus que apoiam a Ucrânia, e o Nord Stream 2 nunca entrou em funcionamento.
Apesar de não estarem operacionais, os dois gasodutos operados por um consórcio do gigante russo Gazprom estavam cheios de gás.
A Ucrânia acusou na altura a Rússia de responsabilidade pelas fugas nos gasodutos, acusações que foram devolvidas por Moscovo.
Posteriormente, 'media' norte-americanos e alemães disseram que um grupo pró-ucraniano poderia ter sido o autor da sabotagem.
A Ucrânia negou qualquer responsabilidade pela sabotagem.
[Notícia atualizada às 12h40]
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