Chapo insiste que retoma do projeto de gás depende da TotalEnergies

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, insistiu hoje que a decisão da retoma do projeto de exploração de gás natural no país, suspenso desde 2021 devido a ataques terroristas, depende da TotalEnergies, líder do investimento. 

Daniel Chapo

© ALFREDO ZUNIGA/AFP via Getty Images

Lusa
21/08/2025 21:02 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Moçambique

"A retomada depende de quem está a liderar o projeto e quem está a liderar o projeto neste momento é a Total", declarou o Chefe de Estado à margem de um encontro com o presidente da multinacional japonesa Mitsui, em Yokohama, cidade nipónica que recebe a 9.ª Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD 9).

 

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural.

Segundo Daniel Chapo, é do interesse da Mitsui, que tem uma participação de 20% neste projeto, e do Governo de Moçambique que o investimento seja reiniciado, "mas a decisão é do líder".

"Todos nós estamos a trabalhar a todo gás, para vermos se, a qualquer altura, o projeto pode ser retomado. Projeto que está condicionado pela cláusula de força maior", concluiu o Presidente.

Em julho, o Governo moçambicano garantiu que estão criadas as condições para a retoma do megaprojeto de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Cabo Delgado, após uma reunião entre o Presidente, Daniel Chapo, e o líder da TotalEnergies.

"Foi um contacto na perspetiva de reinício das atividades. Ao nível do Governo estão sendo criadas todas as condições para permitir que os investidores possam reiniciar o mais depressa possível as atividades", disse na altura o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale.

Em causa estava uma reunião entre o chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, e o líder da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, num encontro confirmado à Lusa pela petrolífera francesa, mas cuja agenda não foi revelada na altura.

Patrick Pouyanné admitiu anteriormente a possibilidade de retoma do megaprojeto, de 20 mil milhões de dólares (17,3 mil milhões de euros), até agosto e várias empresas subcontratadas estão a receber instruções para se preparem para regressar aos trabalhos na península de Afungi, em Cabo Delgado, extremo norte de Moçambique, suspensos há quatro anos devido aos ataques terroristas.

A multinacional tem uma participação de 26,5% neste projeto, destinado principalmente a clientes na Ásia.

O Presidente moçambicano defendeu em 22 de junho que a TotalEnergies deve levantar a cláusula de "força maior", para o megaprojeto de gás natural finalmente avançar.

"Caso haja levantamento da 'força maior'", afirmou no mesmo dia, "avança-se com o projeto", que antecipa uma capacidade de produção anual de 13,12 milhões de toneladas de GNL.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico, que chegaram a provocar mais de um milhão de deslocados.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos na província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.

Leia Também: Daniel Chapo destaca "enorme potencial" do Corredor de Nacala para África

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